GLOSSARIO DE GEOLOGIA

quinta-feira, março 19, 2009 Edit This 0 Comments »

A

aa
Lava aa
Tipo de lava ou estrutura de derrame de lava que se apresenta brechada, principalmente no topo e na base do derrame, com superfície rugosa e serrilhada devido ao envolvimento de fragmentos já solidificados pela corrida de lava que se desloca.

Aa
plagioclásio

Grupo de minerais feldspáticos, alumo-silicáticos sódico-cálcicos, triclínicos, de fórmula geral (Na,Ca)Al(Si,Al)Si2O8, que constituem uma série isomórfica completa, variando desde o termo mais sódico (albite-NaAlSi3O8) até o mais cálcico (anortite-CaAl2Si2O8).

O grupo das plagioclases constitui um dos grupos mais importantes da constituição das rochas em geral.
As espécies minerais do grupo são os seguintes (limites dos componente albite e anortite na solução sólida):
Ab - albite (100-90%Ab / 0-10%An)
Ol - oligoclase (90-70%Ab / 10-30%An)
And - andesina (70-50%Ab / 30-50%An)
Lab - labradorite (50-30%Ab / 50-70%An)
Bit - bitowninte (30-10%Ab / 70-90%An)
An - anortite (10-0%Ab / 90-100%An)


abalo sísmico (sinónimo Terramoto, ver o seu artigo original)

Processo de geração e propagação de ondas sísmicas no interior e na superfície terrestre e que pode ter proporções catastróficas.


abissal

Habitat, sedimentação, processo ou fenômeno geológico referente a profundidades oceâncias entre 2.000 e 6.000m (zona abissal).

Termo utilizado também, mas em desuso, para rochas magmáticas de grande profundidade (plutónicas).


ablação

Processo geológico de desgaste de gelo e neve da geleira por liquefacção (degelo) e/ou sublimação.

Factores importantes são o aumento de temperatura, a humidade relativa, a força do vento, a radiação solar e a pressão da coluna de gelo.
Ablação ocorre, significativamente, com a mudança climática para a estação quente ou quando a geleira desliza para altitudes abaixo da linha de neve permanente.
A ablação pode libertar de forma substancial a carga de fragmentos de rochas que, então, acumulam-se ou concentram-se em faixas marginais, centrais ou frontais da geleira. Depósitos de moreias, principalmente frontais, relacionam-se com a ablação da geleira, formando till de ablação.


ablação eólica
[Sin.deflação eólica; erosão eólica]

Erosão pelo vento com a retirada superficial de fragmentos mais finos.
Processo geológico de desgaste pelo vento de terrenos com sedimentos soltos, como campos de dunas, com uma taxa de remoção maior do que à de deposição ou redeposição, afectando preferencialmente as partículas menores e menos densas.

A deflação eólica ocorre frequentemente em regiões de campos de dunas com a retirada preferencial de material superficial mais fino (areia, silte), permanecendo, muitas vezes, uma camada de pedregulhos e seixos atapetando a superfície erodida que depois pode vir a ser sepultada por novas deposições arenosas ao cessar a ablação eólica naquele ponto.
Pode ocorrer forte corrosão associada à deflação, esculpindo nas rochas formas ruiniformes e outras feições típicas de regiões desérticas e outras assoladas por fortes ventos.
Em locais de forte e constante deflação podem se formar zonas rebaixadas, em meio a regiões desérticas, e que com as escassas chuvas formam lagos rasos (playa), secos na maior parte do tempo; lama endurecida ou camadas de sal atapetam, muitas vezes essas playas.
Em campos de dunas açoitados por tempestades ou por ventos mais fortes, certos trechos com grãos cimentados, com vegetação protectora, inclusive rasteira, ou protegidos por obstáculos, podem resistir melhor à ablação eólica, enquanto que em outros trechos sedimentos são removidos e transportados para locais distantes.
Este processo afecta preferencialmente as partículas mais finas que transportadas à distância são depositadas como camadas de argilas originando terras muito férteis (depósitos de loess).


ablação meteorítica

Processo de desbaste de meteoritos e de tectitos devido ao atrito em altas velocidade e temperatura com a atmosfera terrestre.

abrasão[Sin: corrosão]

Processo erosivo ou de desgaste de rochas pelo impacto e/ou atrito/fricção de partículas ou fragmentos carregados por correntes eólicas, glaciais, fluviais, marinhas, de turbidez, pelo vai e vem de ondas.


absorção

(a) Incorporação, assimilação ou retenção de fluidos líquidos e/ou gasosos em corpos sólidos ou de gases em líquidos.

(b) Retenção de energia irradiada, como a solar, em um meio, diminuindo a intensidade do raio reflectido e/ou refractado.

A absorção total da energia não ocorre na natureza, sendo admitida somente teoricamente (corpo negro).


abukuma

séries de fácies metamórficos

Conjunto de fácies metamórficos associados, de graus metamórficos variados, típico de um determinado gradiente geotérmico crustal onde se realizou o metamorfismo.

Alem de identificados por paragéneses metamórficas típicas, as séries de fácies tambem apresentam, geralmente, distintas associações litológicas.


As séries de fácies, caracterizadas por Miyashiro (1961), são de três tipos principais: pressão alta, baixa e intermediária.


Os cinturões de rochas metamórficas de alta e de baixa P, com frequência, associam-se aos pares, lado a lado, conforme caracterizados por Miyashiro no Japão, separados abruptamente por faixa tectonizada.


A série de fácies de alta pressão, designada de Sanbagawa, ou metamorfismo tipo Sanbagawa, tem associações litológicas como xistos azuis e eclogitos que indicam rochas de crusta oceânica (meta-basaltos, meta-gabros, meta-radiolaritos e porções de peridotitos mantélicos) e minerais que retratam alta P com relação a T, como glaucofano, jadeite, onfacite, indicativos de metamorfismo de subducção (crusta oceânica "fria" em confronto de placas).


A série de fácies de baixa pressão, apelidada de Abukuma (Japão), ou metamorfismo tipo Abukuma, apresenta minerais de alto gradiente geotérmico (alta T/P) como andalusite e cordierite, sendo comuns as associações litológicas de xistos de origem pelítica, quartzitos, gneisses, migmatitos e granitos predominantes, mais característicos de crusta continental, e correspondentes a metamorfismo regional realizado em faixas de arcos magmáticos, de ilha ou liminares.


A série de fácies intermediário, baptizada de Barroviana em honra a Barrow que estudou o cinturão Dalradiano (Escócia) onde ela é tipificada, também chamada, ou metamorfismo tipo Barroviano, apresenta paragéneses e associações litológicas que combinam condições entre às de alta e baixa P, tendo a cianite, transicional para sillimanite, como mineral índice.


acamamento ou acamadamento

estratificação
[Sin. acamamento ou acamadamento]
[Conf. camada; bandamento]





Estrutura originada pela acumulação progressiva de qualquer material (partículas clásticas, precipitação química ou decantação de colóides floculados, cristais em suspenão no magma..), tendendo a formar estratos ou camadas definidas por descontinuidades físicas e/ou por passagens bruscas ou transicionais de mudanças de textura, estrutura ou quimismo.

Esta estrutura é mais típica de rochas sedimentares na forma de camadas, láminas, lentes ou cunhas. Origina-se com as variações das condições geológicas, físicas, químicas e/ou biológicas durante a deposição do sedimento.
O termo é aplicável, tambem, para rochas plutónicas, vulcânicas e de deposição filoniana progressiva (paralelamente às paredes) como ocorre em pegmatitos e em muitos veios de minério telescopado.


acantita

Mineral sulfureto de prata (Ag2S) (ver a imagem a seguir).

É um mineral/minério de prata, normalmente de origem secundária.

Fórmula Química - Ag2S
Composição -
Sulfeto de prata. 12,9% S, 87,1% Ag
Cristalografia -
Monoclínico
Classe - Prismática

Propriedades Ópticas - Anisotropia fraca, quase isotrópico

Hábito - Pseudo-cúbico, pseudo-octaédrico, ramificado
Clivagem - Ausente
Dureza - 2 a 2,5
Densidade relativa - 7,2 - 7,3
Fratura - Subconchoidal, irregular
Brilho - Metálico
Cor - Cinza-chumbo


Associação - Associada a galena, polibasita, esfalerita .

Propriedades Diagnósticas -
Cor, sectibilidade e densidade relativa elevada.
Ocorrência -
Primariamente é encontrada em veios, associada a prata nativa. Pode também ser de origem secundária.
Usos - Importante mineral de minério de prata.




acaustobiólito

Rocha sedimentar biogênica (biólito) não combustível.


falha de cavalgamento
[Sin. falha de acavalamento]
[Inglês:thrust fault]

Falha inversa de baixo ângulo e com mergulho menor do que 15o chama-se falha de cavalgamento ou de acavalamento (thrust fault) ocorrendo a sobreposição de rochas mais antigas sobre rochas mais jovens.

As falhas de cavalgamento são comuns nas nappes onde pode se ter, inclusive, ângulos negativos e com o tecto deslizando com componente gravitacional sobre o muro por grandes extensões.
Uma falha inversa tende a "morrer" em dobra revirada.




acessório

mineral acessório
[Conf. mineral essencial]

Mineral que ocorre em uma rocha ígnea, mas que não é essencial para a classificação da mesma.

Os minerais acessórios podem ser menores ou acidentais:
- minerais acessórios menores são os que ocorrem comumente e em pequenas quantidades nas rochas, como apatite, hematite, magnetite,... sendo comuns, muitas vezes, em determinados tipos de rochas.
- minerais acessórios acidentais ou ocasionais são aqueles que aparecem com menos frequência e muitas vezes sem conexão genética com a rocha magmática como, por exemplo, inclusões de minerais mantélicos; podem até, em certos casos, se tornar predominantes, como é o caso de rochas metassomatizadas/hidrotermalizadas, com topázio, turmalina,... minerais esses que podem formar massas quase puras localizadamente.


ácida

rocha ácida
[Conf. saturação em sílica]

Rocha ígnea, supersaturada, com mais de 60% de sílica (SiO2), o que leva a ter quartzo em excesso (>10%), modal ou normativo.

Exemplos muito comuns são o granito e o granodiorito, intrusivos, e seus equivalentes efusivos, ou extrusivos respectivamente, riolito e riodacito.



ácido húmico

Solução ácida resultante da extração de componentes orgânicos do solo ou do sub-solo, mormente humus, por soluções aquosas percolantes.

Os ácidos húmicos são importantes nos processos de i meteorização e em vários outros processos, afectando o solo e sub-solo por onde migram como, por exemplo, na solubilização de Fe+3 de óxidos e hidróxidos de Fe (oxidado e insolúvel) das limonites de solos lateríticos através da redução para Fe+2 pelo ácido húmico, propiciando a migração do Fe até locais de maior oxidação onde é novamente precipitado e fixado como óxidos e hidróxidos, podendo formar concreções, veios preenchidos, cimento de partículas, etc.


acondrito
[Conf.: condrito].

Meteorito rochoso que não apresenta estrutura de côndrulos que caracterizam os condritos.

acreção
[Sin. acrescimento]

(a) Hipótese referente ao nascimento e crescimento de planetas por agregação de poeira estelar e corpos menores (asteróides, planetesimais,..) atraídos gravitacionalmente e incorporados à massa do planeta em desenvolvimento.
Existiriam duas possibilidades de evolução:
- acreção homogênea
(acumulação de partículas similares, finas e frias em constante atracção e acreção)
- acreção heterogênea (partículas pesadas, ricas em ferrro por exemplo, começariam o processo de acreção pela maior atracção gravitacional e seriam sucedidas de partículas finas, mais leves, silicáticas.

(b) Processo de aglomeração ou aglutinação horizontal de massas continentais menores a um continente, geralmente em suas bordas ou margens activas, devido à deriva de placas tectônicas, aumentando a área e/ou volume da crusta continental que sofreu a acreção.

Entre outros terrenos de acreção pode se ter: cunha de sedimentos marginais à fossa acrescidos junto ao plano de subducção; bloco ou terreno exótico alóctone, geralmente um micro-continente amalgamado tectonicamente ao continente; arcos de ilha; terrenos ofiolíticos em suturas crustais.
A justaposição da área continental da Índia que derivou contra o continente asiático é um exemplo de acreção.


actinolite

Mineral do grupo das anfíbolas com fórmula Ca2(Mg,Fe)5Si8O22(OH)2.

















Cristais tabulares de actinolite (cinzas) em rocha











Fórmula Química - (Ca,Na)2(Mg,Fe)5(Si,Al)8O22(OH)2
Composição - 12,81 % CaO, 13,81 % MgO, 16,41 % FeO, 54,91 % SiO2, 2,06 % H2O

Cristalografia - Monoclínico
Classe - Prismática

Propriedades Ópticas - Biaxial negativa

Hábito - Fibroso
Clivagem - Boa em {110}
Partição - Em {100} e {001}
Dureza - 2,5 - 5
Densidade relativa - 2,9 - 3,1
Brilho - Sedoso
Cor - Branco a verde pálido

Associação - Normalmente associada a crisotila, talco, clorita, horblenda e dipsídio.
Propriedades Diagnósticas - A principal característica da actinolita é sua core e hábito.
Ocorrência - Ocorre em calcários dolomíticos, cristalinos, impuros, onde se formou por ocasião da recristalização da rocha, durante o metamorfismo; pode ser encontrada também em talco xistos, xistos cristalinos e anfibolitos.
Usos - Pequeno valor comercial, como amianto e gema.






Forma cristalográfica





Direções ópticas e cristalográficas


A actinolite é um termo intermediário da série isomórfica: tremolite<=>ferro-actinolite.
Uma origem frequente é nos xistos verdes por alteração metamórfica em rochas máficas e ultramáficas, originado por reacções de hidratação, principalmente de piroxenas.Ocorre, tambem, em associações de minerais metamórficos de mármores silicosos e rochas cálciossilicáticas, além de diversas outras origens.
Caracteriza-se pelo hábito alongado, em prismas com forma de agulhas até fibroso (asbestiforme), e tons esverdeados (macroscopia), podendo gradar para tremolite (termo menos férrico) e hornblendas (com entrada de aluminio e outros componentes).


actualismo

[Sin. uniformitarismo]

Um dos princípios basilares da ciência geológica é o do uniformitarismo segundo o qual "o presente é a chave do passado", ou seja, as leis da natureza são constantes de modo a que o estudo dos registros geológicos, essencialmente rochas e suas estruturas, decorrentes de processos actuais permite se interpretar a evolução geológica a partir de registos geológicos antigos. Este princípio, hoje, é adequado a novos conhecimentos que indicam ter existido variações de intensidade e/ou velocidade de processos geológicos como, por exemplo, a duração de um dia solar menor no passado, o gradiente geotérmico terrestre, maior no passado quando existiam mais elementos radiactivos aquecendo a crusta terrestre...


adiabático

Sistema termodinamicamente equilibrado, variando pressão e volume sem receber nem ceder calor ao se deslocar.

Exemplo: um diápiro que se mantenha termicamente regulado com o gradiente geotérmico à medida em que ascende na litosfera sem troca de calor com as encaixantes.


adsorção

Processo de ligação ou retenção de moléculas ou iões nas superfícies de partículas sólidas, principalmente argilosas, causado por cargas eletrónicas fracas (ligações de Van der Waals) nessas superfícies .

A adsorção facilita trocas iónicas que podem ser de muita importância no ciclo geoquímico dos elementos envolvidos e, também, em aplicações industriais e laboratoriais.


adulária

Mineral feldspato potássico (KALSi3O8).














Cristais de adulária






Fórmula Química -
KALSi3O8
Composição -
16.92 % K2O, 18.32 % Al2O3, 64.76 % SiO2
Cristalografia -
Monoclínico
Classe -
Prismática

Propriedades Ópticas -
Biaxial negativo

Hábito -
Prismático ou tabular
Clivagem - Duas direções, {001} e {010}, má em {110}
Dureza - 6

Densidade relativa -
2,54 - 2,57
Brilho -
Vítreo
Cor -
Translúcido

Associação - Prehnita, albita, epidoto, clorita, sericita, quartzo.

Propriedades Diagnósticas -
Geminação , clivagem perfeita em duas direções, 2V moderado e gênese.
Ocorrência - É a variedade de feldspato alcalino gerado por processos pneumatolíticos e/ou hidrotermais e mesmo processos diagenéticos. Portanto, é encontrada em veios e filões.
Usos - Vidrado de louças e porcelanas, fabricação do vidro. As variedades muito puras e/ou de boa coloração são usadas como pedras de adorno e gemas.







Formula Cristalográfica


Direções ópticas e cristalográficas













advecção

calor por advecção

(a) Calor por advecção refere-se a mudança de temperatura de pontos terrestres devida a movimentação lateral de massas em decorrência de processos geológicos variados, como desnudação crustal, estiramento crustal, duplicação tectónica, deslocamento de placas tectónicas e outros, provocando alterações de formas e/ou espaçamento das geotermas.

(b) Na meteorologia refere-se ao aquecimento da atmosfera pelo deslocamento lateral de massas de ar aquecido.


egirina

Mineral anfíbola alcalino sódico (NaFeSi2O6).








Variedade de feldspato alcalino formado em condições de baixa temperatura, como nos veios alpinos nos quais está associada a clorite, sericite, quartzo, albite, epidoto.


aegirina

Mineral anfibólio alcalino sódico (NaFeSi2O6).




Cristais tabulares de aegirina em rocha


Fórmula Química - NaFeSi2O6
Composição -
13,42 % Na2O, 34,56 % Fe2O3, 52,02 % SiO2
.
Cristalografia - Monoclínico
Classe -
Prismática

Propriedades Ópticas - Biaxial negativo

Hábito -
Lamelar, prismático, estriado
Clivagem - Distinta em {110}
Dureza - 6 - 6,5

Densidade relativa -
3,5 - 3,54
Partição -
Presente em {100}
Brilho -
Lustroso a vítreo
Cor -
Marrom a marrom-esverdeado

Associação -
Associada a leucita, nefelina, cancrinita.
Propriedades Diagnósticas -
Propriedades ópticas e testes químicos.
Ocorrência -
Formada devido a cristalização de magmas alcalinos, encontrado em rochas como quartzo sienitos, nefelina sienitos e em alguns granitos.
Usos -
Não apresenta.



Forma Cristalográfica





Direções ópticas e cristalográficas




aerólito

meteorito
[Sin. cosmolito]
[Conf.: astroblema].

Meteoro (="estrela cadente") ou corpo celeste sólido, com tamanho desde poeira até dezenas de metros de diâmetro, que entra no campo gravitacional terrestre e cai na Terra em um ou mais fragmentos, sem ser completamente vaporizado, seja na passagem pela atmosfera seja no impacto com a superfície do planeta.

Os meteoritos são classificados pelos seus componentes principais, silicatos e metais, em: (1) rochosos ou aerólitos (>90% dos meteoritos terrestres conhecidos), (2) siderólitos ou férreo-pétreos e (3) metálicos ou sideritos.
Os meteoritos dividem-se em não diferenciados (condritos) e diferenciados (acondritos).










Meteorito de ferro e níquel (Fe,Ni)











afanítica
[Conf.fanerítica, vítrea]

Textura micro ou criptocristalina de uma rocha em que os componentes minerais são tão pequenos que não podem ser reconhecidos macroscopicamente.

O uso do termo afanítica é aplicável, fundamentalmente, a rochas ígneas, micro ou criptocristalinas, como às de borda resfriada de plutão e vulcânicas. Entretanto, não é raro o seu uso para outros tipos de rochas como hornfels (rocha metamórfica de contato), rochas sedimentares químicas ou de origem coloidal de granulação muito fina.


afírica

Textura de rocha ígnea, afanítica a fanerítica muito fina sem ocorrência de fenocristais. Na textura subafírica tem-se uma matriz afírica contendo fenocristais esparsos em pequena quantidade.

A importância de rochas afíricas está no facto de que representam, quimicamente, o líquido magmático que foi resfriado rapidamente a partir de temperatura muito próxima do liquidus, não havendo tempo de cristalização de fenocristais e de maior diferenciação magmática desse magma.


afloramento

Exposição natural ou artificial de rocha mãe, permitindo o seu estudo direto.

Afloramentos naturais são as exposições da rocha devidas à acção de processos naturais, como erosão e deslizamentos de solos, em rios, cachoeiras, escarpas; já os afloramentos artificiais são devidos à ação do Homem: cortes de estradas, túneis, poços,..
É importante diagnosticar se uma rocha exposta corresponde a um afloramento in situ e não deslocado da rocha subjacente ou a um bloco rochoso deslocado ou alóctone como, por exemplo, um grande matacão tombado em meio ao solo de uma estrutura de deslizamento e avalanche ou um grande bloco errático dentro de antigo depósito de moreia. Isto se diagnostica comparando-se a continuidade estrutural e de tipo de rocha com várias exposições de rochas próximas.


agalmatolito

Rocha metamórfica ou retrometamórfica de baixo grau, aluminosa, untuosa, semelhante a esteatito, e cujo componente principal é a pirofilite, formada por hidratação ou hidrotermalização de minerais aluminosos, a qual se associa muscovite/sericite, diásporo e clorites... paragenéticos (ver as fotos abaixo).
































Ágata

Mineral, variedade de calcedónia, que apresenta bandas rítmica e/ou variavelmente coloridas.


aglomerado vulcânico
[Conf. tufo]

Depósito piroclástico constituido predominantemente por bombas vulcânicas com tamanhos variados, desde o tamanho de gránulos até o de matacões, entremeados por uma matriz de cinzas ou de material epiclástico.

Os aglomerados assemelham-se, granulométricamente aos conglomerados sedimentares mal classificados, mas neste caso, os fragmentos são constituido maioritariamente por ejectólitos vulcânicos. Aglomerados tendem a ser depositados junto à chaminé de onde é ejectado o material piroclástico.




agmatito
[Grego: agma= fragmento]

Migmatito do tipo heterogéneo, estruturado em brecha com neossoma granitóide de cores claras permeando fragmentos angulosos do paleossoma que, muitas vezes, é constituído de rocha escura, máfica ou ultramáfica.

A estrutura agmatítica é mais comum em protólitos máficos e ultramáficos cuja taxa de refusão e metassomatismo é pequena quando comparada com à de rochas félsicas que, a temperaturas da fácies anfibolito (>600o) e alta PH2O, já sofrem fusão parcial e forte mobilidade metassomática.



Agnostozóica

Pré-cambriano

Termo crono-estratigráfico maior que reune os eons Arqueano e Proterozóico, cerca de 88% de todo o tempo geológico, ou seja o tempo geológico mais antigo do que 540 milhões de anos referente ao início do período Cambriano.



Era Agnostozóica (grego: agnostos=desconhecido/a) é um termo obsoleto equivalente temporal ao que se denomina Pré-Cambriano.

Observar que o eon Hadeano por definição não contem registros físicos de minerais ou rochas.



água capilar

Água da zona de aeração retida na superficie das partículas do solo por tensão superficial e que migra, a partir do lençol freático, para cima, pelo processo de capilaridade.



água deutérica

[Sin. água juvenil; água magmática]

Água libertada do magma com a cristalização de silicatos e outros minerais anidros e concentrada nas fases finais de consolidação de um corpo de rocha magmática.

Ao resfriar o magma, a água deutérica concentrada na cúpola do corpo magmático, muitas vezes como um fluido em estado supercrítico e altamente reactivo, tende a reagir com os minerais magmáticos já cristalizados, alterando-os (alterações deutéricas), e com as rochas encaixantes. Diversas reações, principalmente de hidratação e de oxidação, ocorrem nestas zonas apicais dos corpos magmáticos e a água magmática juntamente com água contida nas encaixantes, muito aquecidas, são vetores de vários processos de concentrações de jazigos minerais.
A água magmática pode, também, ser incorporada ao lençol de
água subterrânea, ser extravasada em vulcões, em fontes de água quente, em geysers



Água fóssil

[Sin.água conata]

Água retida nos poros e fissuras da rocha desde a sua formação sedimentar ou vulcano-sedimentar.

A caracterização como água fóssil e o seu estudo químico e isotópico é muito importante para definir aspectos geoquímicos primordiais do ambiente de transporte e de deposição dos sedimentos que contêm a água.



água gravitativa
[Sin.água vadosa]

Água de origem meteórica (chuva) que se infiltra no solo, migrando, por gravidade, para níveis inferiores na zona de aeração.



água intersticial

Água contida nos poros da rocha, do mineral, do solo, do sedimento, etc.. por embebimento, adsorção ou por tensão superficial na forma de água molecular (H2O).

A água intersticial pode ser facilmente expulsa por aquecimento ao ponto de ebulição da água, distinguindo-se da água estrutural (moléculas de hodroxila) que faz parte da estrutura cristalográfica de minerais hidratados como as argilas.



Água marinha

(berilo)

Mineral de silicato de alumínio e berílio (Be3Al2Si6O18).

Variedades coloridas de berilo podem constituir gemas preciosas:
esmeralda= verde;
água marinha=azul;
morganite=rosado.



água meteórica

Água da chuva que, em seu ciclo, evapora em parte, é absorvida pelas plantas, escoa como água superficial em riachos e rios e infiltra-se na terra abastecendo o lençol de água subterrânea.



água subterrânea
[Conf. lençol freático; artesianismo]

Água que preenche os poros e fraturas das rochas abaixo da superfície terrestre na zona de saturação e que é o manancial hidrogeológico da Terra.

Os rios kársticos que correm livremente por cavernas bem como as drenagens sub-glaciais em geleiras devem ser vistos como casos muito especiais do conceito normalmente usado para água subterrânea.



albedo

Medida da quantidade de radiação solar reflectida de um objecto ou alvo com relação a quantidade de energia incidente.

O albedo varia de 1 (reflexão total de corpo reflector perfeito) a 0 (absorção total de um corpo negro), que são extremos teóricos inexistentes na natureza. O albedo da Terra como um todo, incluindo as nuvens, é em torno de 0,4, ou seja, 60% da energia solar incidente é retida no sistema Terra.



albite

Mineral de silicato sódico (cálcico) do grupo dos plagioclásios correspondente ao termo mais sódico da série isomórfica, variando de An0% a An10%.



alexandrite

(crisoberilo)

Mineral de óxido de alumínio e berílio (BeAl2O4).

Importante variedade gemológica de cor verde esmeralda: alexandrite.



Algonquiano

Termo obsoleto usado para indicar idade precambriana posterior ao Arcaico, hoje revisado e substituído pelo termo Proterozóico, um eon da escala do tempo geológico.



allanite
[Sin: orthite]

Mineral do grupo dos epidotos apresentando terras raras em sua composição: (Ca,Fe,La,Ce,Y)2(Fe2+,Fe3+,Al)3O.OH.Si2O7.SiO4

Ocorre em diversos tipos de rocha, sendo comum em granitos e pegmatitos.
Em epidotos zonados pode ocorrer no núcleo, muitas vezes metamictizado, provocando auréolas pleocróicas em minerais como biotite, cordierite, hornblenda...devido a sua radioactividade.



almandina

Mineral do grupo das granadas rico em Al e Fe: Fe3Al2(SiO4)3.

Almandina é muito comum em xistos e gneisses, entre outras rochas metamórficas, sendo um mineral índice de grau de metmorfismo em rochas metapelíticas.


almofadada

pillow lava
(Sin.lava em almofada ou almofadada)

Estrutura vulcânica característica de derrames sub-aquáticos, geralmente basálticos, em que a lava é extruida de um ducto ou chaminé (à semelhança de pasta de dente espremida), e bruscamente resfriada pela água do mar, formando uma capa solidificada e tomando a forma de uma almofada com 20cm a 120 cm ao acomodar-se por sobre outras almofadas (pillows) já depositadas. As pillows já depositadas, muitas vezes, ainda têm a parte interna em estado fundido e são assim deformadas pelo peso das mais novas.



alóctono
[Ant.
autóctone]

Algo que não é do lugar onde se encontra.

O uso é variado em geologia, ex: solos não formados in situ, blocos de falha com deslocamento significativo como as nappes de charriage, terrenos exóticos colados.



aloestratigrafia

Estudo de unidades estratigráficas definidas por superfícies de descontinuidade que envolvem estas unidades e que permitem o seu mapeamento geológico.

À semelhança das unidades litoestratigráficas, na aloestratigrafia, as unidades são hierarquizadas, distinguindo-se:
alogrupo,
aloformação e
alomembro.
Entretanto, enquanto na litoestratigrafia o critério principal é a identidade litológica ou de associação litológica, na aloestratigrafia pode-se ter rochas de mais de um ambiente, e portanto litologicamente diferenciadas, mas balizadas por superfíceis de não-deposição ou de erosão que as amarram lateralmente.



alomorfismo=polimorfismo
[Sin. paramorfismo; alomorfismo]
[poli=muitos; morphos=forma]

Dois ou mais minerais de mesma composição química e com formas e estruturas cristalinas diferentes são ditos minerais polimorfos ou alomorfos.

Exemplos de polimorfismo: alumossilicatos (Al2SiO5) metamórficos: andalusite, cianite, sillimanite; diamante e grafite (C); quartzo alfa, quartzo beta e coesita (SiO2).

alotriomórfica
[Sin. xenomórfica]
[Ant.
panidiomórfica] [Conf. hipidiomórfica] .

Textura fanerítica em que todos os minerais são anédricos.

alteração deutérica

Alteração que ocorre em fase final e/ou imediatamente após, mas ainda associada com a consolidação e resfriamento do corpo magmático, tendo como um dos agente comuns a água deutérica.

A água residual do magma e elementos associados ao permear fraturas e descontinuidades intergranulares e intragranulares, clivagens inclusive, dos minerais magmáticos primários promove diversas alteraçoes, notadamente de hidratação e oxidação..), como: formação de hornblenda por uralitização de piroxena magmático, cloritização de biotite, sericitização de feldspatos.

alteração hidrotermal

Alteração de minerais e rochas pela reacção de água hidrotermal com as fases sólidas desses minerais e rochas.

Alteração hidrotermal é um processo de alteração metassomática, no qual a H20, combinada em maior ou menor quantidade com outros componentes químicos como o CO2, F,.., actua como fluido fortemente aquecido e sob alta pressão, frequentemente no estado supercrítico, provocando a hidratação e/ou lixiviação de minerais silicáticos, oxidação de sulfetos, aporte de catiõs metálicos,.. entre outros processos, em uma dinâmica que vai depender das condições termodinâmicas e geoquímicas das rochas e do fluído envolvidos. Na esteira das alterações hidrotermais e de processos associados de lixiviação, transporte e deposição de metais e outros elementos químicos, ocorrem, frequentemente, concentrações minerais de interesse económico.

alterito

Termo genérico usado para grãos alterados e irreconhecíveis de minerais pesados e, de forma geral, para rochas variavelmente alteradas e descaracterizadas com relação aos seus protólitos.

altimetria
[Sin. hipsometria]
[Conf.
curva de nível]

Medida de altura da superfície terrestre com relação a um determinado nível horizontal referencial ou datum.

alunite

Mineral sulfato hidratado de alumínio e potássio (KAl3(SO4)2(OH)6).

Alunite ocorre associado a fumarolas vulcânicas.

aluvião
[Sin.alúvio; depósito aluvionar]
[Conf.
coluvião , eluvião]

Sedimento clástico (areia, cascalho e/ou lama) depositado por um sistema fluvial no leito e nas margens da drenagem, incluindo as planícies de inundação e as áreas deltáicas, com material mais fino extravasado dos canais nas cheias. Sedimentos clásticos depositados em zonas estuarinas e, para alguns autores (ex.gr. AGI), sedimentos terrígenos trabalhados directamente por ondas nas zonas costeiras marinhas ou lacustrinas também são considerados aluviões.

Os depósitos aluviais são muito retrabalhados e mutáveis devido à erosão fluvial: depositados durante as secas ou nos locais de remansos quando cai a energia da corrente do rio, vão ser, em seguida, erodidos pela força da água da cheia ou pela mudança do curso do rio. Estruturas de estratificação cruzada de canal cut and fill são formadas assim.
Normalmente são depósitos clásticos mal
classificados e mal selecionados, de cascalho, areias e lamas, podendo ocorrer depósitos de blocos maiores, às vezes bem arredondados nas regiões elevadas das cabeceiras com maior energia fluvial.
Apresentam maior desenvolvimento nas planícies de inundação, com lamas (silte e argilas) por extensas áreas, e em sopés de montanhas como
leques aluviais, com depósitos comuns de fanglomerados e areias associados que atingem boa expressão areal e grandes espessuras.
Os depósitos aluvionares, normalmente muito férteis para a agricultura, tem sido fator da maior importância para o desenvolvimento das sociedades humanas.

âmbar

Mineralóide formado pela fossilização de resina de árvores e que pode apresentar excepcional beleza servindo como pedra de adorno ou joalheria.

ambligonite

Mineral fluor fosfato hidratado de lítio e sódio ((Li,Na)AlPO4(F,OH)).

amígdala
[Conf.
vesícula]

Estrutura esferóide, geralmente milimétrica que lembra amígdala e que ocorre em rochas vulcânicas a subvulcânicas principalmente como resultado da cristalização de minerais como calcite, calcedônia, zeolites, quartzo e outros em bolha formada pela expansão de gases contidos no líquido magmático ao ascender este à superfície terrestre, diminuindo a pressão litostática.

amigdaloidal

Textura de rocha vulcânica a sub-vulcânica contendo muitas amígdalas.

amorfo(a)
[=sem forma]

Substância sólida sem forma cristalina como os mineralóides e substâncias não-cristalinas.

amosnúria

(1) Continente imaginário, também conhecido por Lemúria, que teria existido em tempos históricos em áreas centrais do Pacífico e afundado restando pequenas ilhas (

(2) Ligação terrestre entre Índia e Madagascar que explicaria a distribuição geográfica de lemures segundo P.L.Sclater (ver Leinz & Leonardos,1977).

analcima

Mineral alumossilicato sódico hidratado do grupo das zeolites (AlSi2O6Na.H2O).

análise termo diferencial
[ATD: Análise Termo diferencial]
[DTA-sigla em Inglês para Differential Thermo Analysis]

Análise físico-química de um sistema mineral em que se medem as variações de troca de calor entre um sistema mineral amostrado em comparação com outro de referência e inerte ao serem progressivamente aquecidos ou resfriados, permitindo definir picos endo e exo térmicos decorrentes de reacções diversas como desidratação, oxidação, reacções minerais e que podem ser diagnósticos para definir algumas espécies minerais como argilas e zeolites entre outros.

anatexia
[Sin. palingênese]

Processo de fusão ou de refusão de rochas pré-existentes ao atingirem condições de alta temperatura ou ultrametamorfismo na crosta.

Para haver fusão completa é importante que a PH20 do sistema seja baixa, caso contrário a anatexia tenderá a não ser total (ver fusão parcial).

andaluzite

Mineral alumossilicato (Al2SiO5) característico de rochas metamórficas, aluminosas (metapelitos em especial) que sofreram metamorfismo com razão T/P elevada.

A andaluzite é o termo de mais baixa pressão relativa dos polimorfos cianite e sillimanite.

andar

unidade cronoestratigráfica
[Conf. estratigrafia; cronoestratigrafia; escala de tempo geológico]

Camada ou conjunto de camadas de rochas definido como referência de um intervalo de tempo geológico e atendendo a hierarquia da subdivisão do tempo geológico.

Distinguem-se as seguintes unidades cronoestratigráficas:

  • Eontema - unidade cronoetratigráfica representativa de um Eon
  • Eratema - unidade cronoetratigráfica representativa de uma Era
  • Sistema - unidade cronoetratigráfica representativa de um Período
  • Série - unidade cronoetratigráfica representativa de uma Época
  • Andar - unidade cronoetratigráfica representativa de uma Idade

andesina

Mineral silicato sódico-cálcico do grupo dos plagioclases, variando de An30% a An50% da série isomórfica.

andesito

Rocha vulcânica intermediária, calcialcalina, de cores cinza a cinza escuro, muitas vezes com textura porfirítica, composta essencialmente por feldspatos, dos quais mais de 2/3 deve ser de plagioclase ácido (10%>An<50%),>leucocráticos.

Andesito é o equivalente vulcânico do diorito; ele grada para dacito se a quantidade de quartzo ultrapassar 10% e para basalto andesítico se o plagioclase for cálcio-sódico; se aumentar a quantidade de feldspato alcalino for maior do que 1/3 do total de feldspatos, o andesito grada para latito.
Rocha comum em
arcos magmáticos relacionada com vulcanismo explosivo ou como espessos derrames.
Nome oriundo dos Andes.

andradite
Mineral do grupo das granadas rico em Ca e Fe: Ca3Fe2(SiO4)3.
Andradite ocorre em rochas de sequências carbonatadas a pelitocarbonatadas, tipicamente skarnitos decorrentes de metamorfismo e metassomatismo de contacto com rochas ígneas granitóides.

anédrico [Sin.anedral] [Ant. euédrico]
Grão mineral ou cristal que não apresenta faces de crescimento cristalino que lhe são típicas em toda a sua superfície externa.

anfíbola
Grupo de minerais silicáticos hidratados, da classe inossilicatos, possuindo duas camadas de tetraedros SiO4, que se desenvolvem paralelamente ao eixo cristalográfico C.
A estrutura cristalográfica dos insossilicatos privilegia o crescimento do mineral na direcção do eixo C, resultando para as anfíbolas em hábito de prismas alongados, agulhas ou fibroso.

Grupo de importância similar à das piroxenas, que ocorre em diversos tipos de rochas ígneas e principalmente nas metamórficas de temperatura média a alta, sendo que alguns tipos aparecem em condições de temperaturas baixas em rochas de natureza básica e/ou cálcio-silicática. A polimerização em fios duplos resulta no radical [Si4O11(OH)]7- ou [Si8O22 (OH)2]14-, sendo que os fios duplos estão unidos pore cátions dispostos intersticialmente resultando na fórmula geral AmXnYo/Z8O22(OH)2, todavia, como a posição A, raramente é ocupada, a formula geral também é escrita da seguinte maneira: X2-3Y5Z8O22(OH)2, onde a posição A é preenchida por catiões grandes (com cerca de 1,3 A de raio), em coordenação 12 com o oxigénio dos vértices dos tetraedros, representados principalmente pelo K, Ba e Rb; a posição X é ocupada por catiões grandes (cerca de 1 A de raio), em coordenação 8 (cúbica) com o oxigênio, representados principalmente por Ca, Na e mais raramente o K; a posição Y por catiões com dimensões de raios iónicos ao redor de 0,7 A (Mg, Fe2+, Fe3+, Al, Mn, Ti, Li, Mn3+, Cr, etc.), resultando em coordenação 6 (octaédrica) com o oxigênio; a posição Z, por catiões pequenos em coordenação tetraédrica com o oxigénio gerando o radical da estruturação dos silicatos,"m", "n" e "o" correspondem ao número de elementos na formula química. Essa família mineral apresenta excelente paralelismo com a das piroxenas, sendo que em ambas a polimerização orienta-se paralelamente à clivagem e ao eixo cristalográfico c. Como nas piroxenas, pode ocorrer substituição completa entre o Na e o Ca, e entre o Mg , o Fe, e o Mn2+. Ocorre também substituição limitada entre o Fe3+ e o Al e entre o Ti e outros íões do tipo Y, e substituição parcial do Si por Al, na posição do tipo Z dentro das cadeias duplas, de acordo com o exigido pelo princípio da neutralidade eléctrica, ocorrendo a compensação de valência. A substituição do (OH) pelo F e pelo O na posição da hidroxila também é comum. Estas substituições geram um grande número de variedades, dentre as quais a hornblenda possui o campo mais amplo de variação, resultando em uma formula bastante complexa para esta variedade.
Os inossilicatos de cadeia dupla, a exemplo das piroxenas, originam três subgrupos ou três variedades, uma cristalizada no sistema ortorrómbico, designada ortoanfíbolas, outra no sistema monoclínico, denominada clinoanfíbolas e a terceira no sistema triclínico, denominada anfibolóides ou minerais correlatos às anfíbolas. Nas ortoanfíbolas os tetraedros ordenados em fios duplos são unidos apenas por catiões de dimensões em coordenação 6 com o oxigénio resultando em uma simetria ortorrómbica enquanto que nas clinoanfíbolas, no grupo da cummingtonite-grunerite-dannemorite-hupfferite-tirodite também apenas a posição Y está ocupada; todavia, na maioria das variedades estão ocupadas as posições Y e C, e em algumas variedades estão ocupadas todas as posições, ou seja A, X, Y.
A exemplo das piroxenas, as anfíbolas, exibem algumas variedades dimórficas, com membros ortorrômbicos e monoclínicos, onde a estrutura dos primeiros podem ser derivadas dos segundos por reflexão em (100) e, em consequência, mostram duplicação da dimensão a0 da cela unitária. Desta forma, surge uma série análoga à da enstatite, denominada de série da antofilite, que é dimorfa da série da cummingtonite, que por sua vez é análoga à série da clinoestatite, das piroxénas. Os outros clinoanfíbolas também encontram analogias com outras piroxénas, a exemplo da: tremolite com o diopside, actinolite com hedenbergite, glaucofane com jadeíte, riebeckite com egirine, hornblenda com augite etc.
A junção dos fios resulta em formas (hábitos) prismáticas segundo o eixo cristalográfico C, com clivagem prismática perfeita {11O}, formando ângulos de aproximadamente 560 e 1240; partições {100}, {001} e {010}, e geminações segundo {100}, que nas variedades monoclínicas aumenta a simetria.
A coloração das anfíbolas, a exemplo das piroxénas, está na dependência do ferro, quanto maior a quantidade desse elemento mais acentuada será a cor verde, chegando ao preto. O sódio, a posição do alumínio, o manganês, o titânio e o cromio também influenciam na variação da cor dos anfibólios.
De um modo geral as anfíbolas são gerados em temperaturas inferiores à das piroxenas e tendem a apresentar formas mais alongadas (prismas e acículas), cores mais escuras e clivagem melhores em relação às piroxenas.
O maior número de variedades mineralógicas comercializadas como amianto ou asbesto, são deste grupo. O termo asbesto provém do grego asbestos (incombustível, inextinguível, por sua resistência ao fogo), enquanto que o sinónimo amianto é derivado do latim amiantus. Esses termos são nomes comerciais de um grupo heterogêneo de minerais facilmente separáveis em fibras, com composições químicas e estruturas cristalográficas diferentes, usados como isolantes térmicos, acústicos e elétricos, em cimento-amianto, em lonas de travões, roupas antifogo, papel e muitos outros usos. Alguns autores listam mais de 350 minerais com estrutura fibrosa encontrados como minerais essenciais ou acessórios em rochas metamórficas e magmáticas. Os amiantos pertencem a dois grupos de minerais: serpentina representada pela variedade fibrosa denominada de crisotilo e os minerais fibrosos do grupo das anfíbolas: antolilite, crocidolite, amosite, tremolite e actinolite.
A classificação das anfíbolas pode ser baseada na composição química ou cristaloquímica, em propriedades ópticas e outras propriedades determinativas, a exemplo da difracção de Raios X, todavia, as propriedades ópticas e principalmente a difracção não permitem diferenciar todas as variedades de um mesmo grupo, necessitando normalmente usar mais de um método para a classificação. Actualmente, devido à facilidade de análises químicas por microssonda, a classificação tem-se baseado fundamentalmente na composição química, com auxílio das propriedades ópticas para separar os grandes grupos.
Obtendo-se a composição química calcula-se a fórmula química, com base na fórmula padrão, que é: A0-1B2C5T8)22(OH,F,Cl)2. Segundo Leake (1978), para o calculo da fórmula química das anfíbola deve-se seguir o seguinte procedimento:
se o conteúdo de hidroxíla e halogénos for bem estabelecido, ou se existe evidência de que a anfíbola é um oxi-anfíbola, a fórmula será calculada para 24(O,OH,F,Cl);
se o conteúdo de água (+) e halogénos for incerto, a fórmula será calculada sem água (e sem halogénos), sendo a base 23(O), assumindo-se que um O corresponde a 2(OH,F,Cl)
a posição T (8 catiões) será preenchida por Si; sendo este insuficiente o preenchimento será em ordem por Al, Cr3+, Fe3+ e Ti4+;
a posição C (5 catiões) será preenchida pelo excesso de Al, Cr, Ti, Fe3+, passando a seguir a incluir em sequência o Mg, Fe2+ e o Mn;
a posição B será preenchida pelo excedente de Fe, Mn e Mg e completada por Ca e Na;
a posição A (0-1) é ocupada por K e pelo excesso de Na.
As denominações acima correspondem às posições tetraédrica (T), M1, M2, M3 (C), M4 (B) e A (A), portanto a posição C possui 3 locais de alocação.
Obtida a fórmula-padrão da anfíbola, as clinoanfíbolas poderão ser classificadas primeiramente em quatro grupos principais com base no número de átomos de (Ca+Na)B e NaB. Cada um desses grupos sera considerado em diagramas binários com o número de átomos de Si e a razão Mg/(Mg+Fe2+), e com campos composicionais definindo denominações. Quando (Ca+Na)B <1,34> 1,34 e NaB <> 1,34, trata-se do subgrupo da anfíbola cálcica; quando (Ca+Na)B >= 1,34 e 0,67=NaB<1,34,>=1,34, a anfíbola será alcalina.
Para a nomenclatura das anfíbolas poderão também ser aplicados prefixos, quando da presença significativa de elementos que não são constituintes normais ou essenciais dos membros. Dessa forma, aparecem denominações de cloro-actinolite, ferri-hornblenda, oxi-hornblenda, etc.
Pelo exposto acima fica claro que as seguintes variáveis são consideradas na classificação das anfíbolas: Si,AlIV,(Ca+Na)B,(Na,K)A,Ca,AlVI,Fe3,Ti,F,Cl,K,Mn,Cr,Zn,Li,Pb,OH,O e Mg/(Mg+Fe2)
As ortoanfíbolas possuem simetria ortorrômbica e é constituída pelas seguintes séries isomórficas: antofilite (magnésio-antofilite, ferro-antofilite e sódio-antofilite), com a fórmula geral [Nax(Mg,Mn,Fe2)7-yAly(Alx+ySi8-x-y)O22(OH,F,Cl)2], onde x+y<1,00,>=1,00, diferindo da antofilite com base no AlIV total, que sendo maior que 0,99 é gedrite; e pela holmquistite (magnésio-holmquistite, ferro-holmquistite), a qual possui a seguinte formula padrão [Li2(Mg,Fe2)3(Fe3Al)2Si8O22(OH,F,Cl)2], para Li>=1,00, sendo que na formula estrutural esse elemento perfaz cerca de 1,7%.
As clinoanfíbolas reúnem os inossilicatos de cadeia dupla cristalizados no sistema monoclínico e a exemplo das piroxenas constituem diversas séries isomórficas, onde se destacam as seguintes séries isomórficas: cummingtonite (magnésio-cummingtonite, grunerite, tirodite e dannemorite); clino-holmquistite (magnésio-clinoholmquistite e ferroclino-holmquistite); anfíbolas cálcicas (tremolite-actinolite-ferro-actinolite; edenite, ferro-edenite; pargasite, pargasite ferrosa, ferro-pargasite; hastingsite, magnésio-hastingsite, hastingsite magnesiana; alumino-tschermakite, ferro-alumino-tschermakite, ferri-tschermakite, ferro-tschermakite, ferro-ferri-tschermakite; alumino-magnésio-hornblenda, hornblenda actinolítica, hornblenda tremolítica, hornblenda ferro-actinolítica, magnésio-hornblenda, ferro-hornblenda, hornblenda-edenítica, hornblenda ferro-edenítica, hornblenda pargasítica, hornblenda ferro-pargasítica, hornblenda tschermakítica, hornblenda ferro-teschermakítica, alumino-ferro-hornblenda, hornblenda magnésio hastingsítica, hornblenda hastingsitica magnesiana ; kaersutita, ferro-kaersutita); anfíbolas sódicas (richterite, ferro-richterite; winchite, ferri-winchite, alumino-wichite, ferro-alumino-winchite, ferro-ferri-winchite; alumino-barroisite, ferro-barroisite, ferro-alumino-barroisite, ferri-barroisite, ferro-ferri-barroisite; cataforite, magnésio-ferri-cataforite, magnésio-alumino-cataforite, ferri-cataforite, alumino-cataforite; ferri-taramite, taramite, magnésio taramite, magnésio-ferri-taramite, alumino taramite, magnésio-alumino-taramite); anfíbolas alcalinas (glaucofane, ferro-glaucofane, crossite; magnésio-riebeckite, riebeckite; eckermannite, ferro-eckermannite; magnésio-arfvedsonite, arfvedsonite; kuzulite)


anfibolito

Rocha metamórfica de grau médio a alto que tem a hornblenda e o plagioclásio como paragênese característica.

O anfibolito pode ser derivado de rochas ígneas básicas, como o basalto, o gabro (ortoanfibolito) ou de rochas sedimentares, como calcários impuros (para-anfibolito), ou, ainda, ser derivado de misturas como rochas vulcanoquímicas.
Pode se apresentar maciço, bandado ou, mais comumente, com lineação e textura
nematoblástica.
Pode ou não conter quartzo e se o teor em quartzo aumentar acima de 10%, o anfibolito gradua para anfíbola plagioclase gneisse.


ângulo máximo de refracção
[Sin. ângulo de Brewster]

Maior ângulo que um raio de energia incidente consegue ser refractado ao passar de um meio para outro, sendo que acima deste ângulo o raio é totalmente reflectido.

Um raio de luz não polarizado ao incidir em ângulo menor do que o ângulo de Brewster sobre uma superfície é parcialmente reflectido e parcialmente refractado apresentando polarização. Este ângulo máximo de refracção depende dos índices de refracção dos meios envolvidos na reflexão e refracção.
O efeito de miragem em desertos e em estradas aquecidas pelo sol está relacionado a este fenômeno.

ângulo de incidência

Ângulo que um raio de energia faz com a normal de uma superfície ao incidir sobre esta superfície.

ângulo de reflexão

Ângulo que um raio de energia refletido faz com a superfície que o reflete.

ângulo de refracção
[Conf.
índice de refracção]

Ângulo de desvio que um raio de energia (luminosa, eletromagnética, sonora, sísmica..) sofre ao passar pela superfície que separa dois meios com índices de refracção diferentes.

ângulo de repouso

O maior ângulo que o talude do monte de um determinado material solto faz com o plano horizontal sem ocorrer deslizamento à medida que mais material é adicionado ao monte.

Por exemplo, a sotavento das dunas, o ângulo de repouso da areia é próximo de 30 graus e quando mais areia é acumulada pelo vento junto à crista, pequenos deslizamentos ocorrem, buscando o ajuste ao ângulo de repouso.
Processo semelhante ocorre em ambiente submarino como de talude continental e de frentes deltaicas: - quando é excedida a taxa de sedimentação ou ocorrendo processos erosivos na base da sedimentação em ângulo, ocorre ruptura do pacote e deslizamento do conjunto que busca equilíbrio de ângulo máximo de repouso, provocando
correntes de turbidez

anidrite
[Conf: gipsitae]

Mineral sulfato de cálcio anidro: CaSO4

A anidrite tem origem sedimentar importante, mas pode ocorrer, também, em rocha ígneas preenchendo amígdalas, em veios metalíferos...

anão
[Conf. catão]

Um ião com carga electrónica negativa, ou seja, um átomo que ganhou electrão(ões).

anisotropia
[Conf. isotropia]

Condição de variabilidade de propriedades físicas de um corpo rochoso ou mineral segundo direcções diferentes, como, por exemplo, a variação da velocidade de propagação da luz (birrefringência) em minerais anisótropos; a variação de propagação de ondas sísmicas em massas rochosas estratificadas segundo diferentes direcções...

ankerite

Mineral carbonato de cálcio, magnésio e ferro [Ca(Mg,Fe)(C03)2].

A ankerite ocorre, principalmente, em rochas carbonatadas, dolomíticos, em niveis ou manchas mais ricas em ferro, em rochas metamórficas/metassomatizadas por CO3 (pressão de CO2), Mg e Fe e outras.

anorogénico

Processo, feição, estrutura ou corpo geológico desenvolvido em região geotectonicamente estável, a saber, em áreas cratónicas continentais ou em áreas oceânicas estáveis, fora das regiões orogénicas.

anortite

Mineral silicato cálcico(sódico) do grupo das plagioclases correspondente ao termo mais cálcico da série isomórfica, variando de An90% a An100%.

anortoclase

Mineral do grupo dos feldspatos triclínicos, alcalino (Na,K)AlSi3O8 variando de Or40Ab60 a Or10Ab90 e que ocorre em lavas alcalinas de alta temperatura, frequentemente como matriz e apresentando desmescla ou desmistura das fases Na e K ao resfriar a rocha.


anortosito

Rocha plutónica básica composta essencialmente por plagioclase (>90%) cálcica a intermediária.


anquimetamorfismo

Metamorfismo de grau extremamente fraco com a preservação frequente de estruturas e texturas primárias e com pequenas modificações mineralógicas, ligadas a reacções incipientes de desidratação e recristalizações e muitas vezes incompletas, como se verfica em sedimentos e metatufos ardosianos, em epibasaltos e outras rochas de regiões fracamente afectadas por metamorfismo.

Rochas maciças, anidras ou pouco hidratadas como plutónicas (gabros, granitos), envolvidas em zonas de anquimetamorfismo frequentemente resistem incólumes aos agentes metamórficos, sem transformações texturais/estruturais e recristalizações significativas, a não ser em zonas fraturadas e milonitizadas.


ante-arco
[Inglês:forearc]

Zona ou faixa entre o arco magmático e a zona de subducção.

antecedente

Rio formado antecedentemente a um rejuvenescimento de relevo decorrente de eventos tectónicos (soerguimento regional, falhas em bloco, basculamentos, etc..) e que mantem o mesmo sentido geral de escoamento do fluxo de água, conseguindo cortar ou erodir as formas de relevo mais jovens à medida em que se formam associadas a tais eventos, independentemente da tendência do declive topográfico.

Em relevos de cuesta ou de cristas paralelizadas reconhece-se um provável rio antecedente por cortar perpendicular ou sub-perpendicularmente as cristas e correr no sentido contrário ao do mergulho das camadas.

antéclise
[Conf. sinéclise]

Estrutura geológica desenvolvida em plataforma continental, com amplitude regional de dezenas de milhares de km2, na forma de ampla região elevada com mergulhos muito fracos e divergentes, produzida por lento soerguimento da crosta ao longo de vários períodos geológicos.

antepaís
[Inglês: foreland]

Àrea estável (cratónica) junto a uma orogenia em direcção à qual são empurradas as rochas do cinturão dobrado.

Na evolução tectónica de uma orogenia formam-se bacias sedimentares na região de foreland que tendem a ser progressivamente envolvidas no cinturão de fold and thrust belt.

anticlinal
[Ant.:sinclinal]

Dobra convexa para cima em uma sequência de camadas com sucessão estratigráfica normal...

anticlinório
[Ant. sinclinório]

Estrutura dobrada complexa com dimensões regionais de dobras sinclinais e anticlinais que compõem em seu conjunto uma grande dobra anticlinal.

antiforme
[=antiforma]
[Ant. sinforme ou sinforma ]

Dobra que é convexa para cima independentemente da sucessão estratigráfica que aí se verifica, se normal ou se invertida.

antigorite

Mineral do grupo das serpentinas (Mg6[Si4O10](OH)6) com hábito lamelar e de cores cinza esverdeadas a amarronzadas.

Origina-se por alteração metamórfica com hidratação ou hidrotermal de olivina, principalmente. Neste processo (serpentinização) há um grande aumento do volume do mineral neoformado com relação ao mineral de origem.
Antigorite é o principal mineral dos serpentinitos.

antipertite
[Conf. pertitae, mesopertitae, exsolução]

Lamela de feldspato K exsolvida dentro de plagioclase (Ab-Ol).

De forma análoga à das pertites, plagioclases ácidas, Na-Ca, podem conter um excesso de K em solução sólida em temperaturas altas; ao ser resfriada a rocha, são exsolvidas lamelas de fases de ortoclase dentro da palgioclase constituindo a antipertite.

antofilite

Mineral silicático ortorrómbico do grupo das anfíbolas com a fórmula (Mg,Fe)2(Mg,Fe)5[Si4O11]2(OH,F)2 e correspondente ao termo mais magnesiano (Mg>Fe) da série isomórfica antofilite-gedrite.

apatita

Mineral fosfato de cálcio [Ca5(PO4)3(F,OH,Cl)]

aplito

Rocha granítica, clara, de grão muito fino, aspecto frequentemente sacaroidal, constituída de quartzo e ortoclase equigranulares e anédricos, que ocorre em veios, diques, bolsões e massas difusas (pods) de várias dimensões geralmente decimétricas a decamétricas.

A composição (quartzo e ortoclase) sem a ocorrência de minerais hidratados indica a formação a partir de magma granítico anidro de baixa temperatura.
A ocorrência dentro de massas graníticas pode apresentar indícios de que alguns aplitos representam fases refundidas do próprio granito recém solidificado em locais extensionados.
Em gneisses pouco hidratados são comuns fases de fácies aplíticas como diques ou bolsões descontínuos, derivados de fusão parcial localizada durante o processo de alto grau metamórfico/anatéxico.

aquífero

Massa rochosa com altas porosidade e permeabilidade, contida entre pacotes de rochas impermeáveis, que acumula água subterrânea em quantidade e com vazão elevadas, permitindo a sua exploração em fontes naturais ou através de poços tubulares perfurados no local para atingir o aquífero em profundidade.

aragonite

Mineral carbonato de cálcio, ortorrómbico, polimorfo da calcite (CaCO3).

Uma gênese comum da aragonite é a biológica, nas conchas de moluscos e pérolas, com brilho nacarado.

Arcaico

Éon da escala de tempo geológico com registros na Terra que se extende de mais de 3.950 milhões de anos até 2.500 milhões de anos.

O Arcaico apresenta a seguinte subdivisão, da era mais antiga para a mais nova:
Eo, Paleo, Meso e NeoArcaico com limites propostos de 3.950, 3.600, 3.200, 2.800 e 2.500 milhões de anos, respectivamente (Carta Internacional da
IUGS ,International Union of Geological Sciences=União Internacional das Ciências Geológicas, de 2002) em substituição da antiga subdivisão em Arcaico inferior, médio e superior. Não são identificados períodos Arcaicos.

arco magmático continental
[Sin. arco magmático liminar]
[Conf.
borda convergente]

Arco magmático em cadeia montanhosa de borda activa de continente acima de uma zona de subducção com grande participação vulcânica.

arco de ilha
[Conf.
borda convergente]

Faixa ou cinturão encurvado onde despontam ilhas vulcânicas (arco magmático) e que se forma acima de uma zona de subducção intra-oceânica.

A natureza intermediária a ácida de parte do magmatismo acrescionário no arco de ilha junto com sequências vulcano-sedimentares, com densidade menor das rochas do que os basaltos e gabros da crusta oceânica toleítica mais densa, garante a sua "flutuabilidade", a semelhança de massas continentais, fazendo com que tenda a apresentar relevos positivos (ilhas) sobre o mar.

arco magmático
[Sin. arco vulcânico]
[Conf.
borda convergente]

Faixa ou cinturão curvilíneo de ocorrências de vulcões acima de uma zona de subducção e que se caracteriza por apresentar magmatismo plutónico e vulcânico acrescionário, de tendência calcissilicatada, sendo comuns os andesitos e dioritos, compreendendo dois tipos principais:
arco de ilha, intra-oceânico, e
arco liminar de margem continental activa.

arcose

Rocha sedimentar arenítica com mais de 25% de feldspato, muito quartzo e alguns fragmentos de rocha, cores róseas a cinzas.

O arcose confunde-se, muitas vezes, a um olhar mais rápido, com fácies de rochas graníticas pela aparência maciça em afloramentos.
Revela processo de erosão e de deposição rápidas de terrenos graníticos e gneissicos em áreas tectonicamente instáveis.
São comuns estruturas de estratificação cruzada e as camadas, muitas vezes, apresentam-se em cunhas.

ardósia

Rocha metamórfica de grau muito baixo caracterizada pela granulação muito fina, pouco brilho, cristalinidade baixa, clivagem ardosiana.

O protólito geralmente é pelítico e a paragênese congrega quartzo, sericite/fengite, clorite, pirofilite,..
Com o aumento de metamorfismo regional transforma-se em filito e xisto.
Diferentemente do que se verifica em rochas de mais alto grau metamórfico, filitos e xistos metapelíticos, a segregação metamórfica de quartzo ou carbonatos em charneiras ou em bandas é ausente ou muito subordinada em ardósias.

areia

Fragmento de mineral ou de rocha, menor do que grânulo e maior do que silte, e que na escala de Wentworth, de amplo uso em geologia, corresponde a diâmetro > 64 µm (1/16 mm) e <2>

O tamanho de areia, divide-se, granulometricamente, em:
areia fina
(>1/16mm e <1/4mm),>
areia média (>1/4 mm e <1>
areia grossa (> 1 mm e <>

arenito
[Sin. psamito -> grego: psamos=areia e sufixo ito=rocha]
[inglês: sandstone]

Rocha sedimentar clástica cujas partículas são dominantemente do tamanho de areia (0,62 a 2,00 mm de diâmetro).

O arenito possui, frequentemente, matriz fina, síltico-argilosa, e cimento que pode ser de sílica, óxido/hdróxido de ferro, calcite... O tamanho de areia que predomina pode dar o nome: arenito grosseiro, médio ou fino. Muitas vezes apresenta boa estratificação, mas pode se apresentar maciço.
A designação arenito sem indicações adicionais, costuma subentender rocha rica em quartzo. Por exemplo, caso contenha feldspato em proporções apreciáveis (>25%) denomina-se arcose.

arfvedsonite

Mineral do grupo das anfíbolas sódico-férrico (Na3Fe4AlSi8O22(OH, F)2).

argamassa
[inglês: mortar]

Textura de metamorfismo dinâmico caracterizada por sub-grãos bordejando grãos maiores como resultado de cataclase, lembrando uma mistura concretada de argamassa.

Textura de metamorfismo dinâmico que se desenvolve, geralmente, em graus menores de cataclase: os grãos minerais, com comportamento rúptil, tensionados uns contra os outros, quebram e trituram-se preferencialmente em suas bordas atritadas, resultando em subgrãos, muito pequenos, dinamicamente recristalizados, rodeando os grãos maiores remanescentes do quebramento.
A evolução desta textura pode vir a ser uma textura
porfiroclástica à medida em que a matriz triturada aumenta percentualmente deixando em destaque grãos maiores, porfiroclastos, de minerais mais resistentes à cataclase.

argila

(a) Material constituído de partículas com menos de 1/256 mm (<>

A fracção argila, comum como componente de lamas e solos, é constituída, principalmente de minerais do grupo das argilas aos quais agregam-se hidróxidos coloidais floculados e diversos outros componentes, cristalinos ou amorfos.
Quando componente principal de material sedimentar denomina-se sedimento argiloso o qual, compactado e
litificado, dá origem às rochas sedimentares clásticas mais finas (lutitos ou pelitos) como os folhelhos, bem estratificados, e os argilitos, com pouca ou nenhuma estratificação.

(b) Família de minerais filossilicáticos hidratados, aluminosos de baixa cristalinidade e pequenas dimensões, como a caolinite, montmorilonite, illites... estáveis, geralmente, nas condições termodinâmicas e geoquímicas da superfície terrestre ou de crusta rasa.

argilito
[inglês: mudstone]

Rocha sedimentar de granulação fina, constituída por argilas e minerais na fracção de silte, maciça, pouco ou não estratificada no que se diferencia de folhelho que é rocha finamente laminada e geralmente friável.

argilito conglomerático

[Sin.paraconglomerado]

Conglomerado sem estratificação e com os fragmentos maiores (seixos, matacões, blocos) dispersos em matriz fina, argilosa predominante, e que se originam pela litificação de depósitos sedimentares de ambientes especiais como os glaciais (tilitos) e periglaciais e os de correntes de turbidez, principalmente.

arqueamento

Processo de deformação crustal em arco de grande amplitude, relacionado a movimentos epirogenéticos, para cima (positivo) ou para baixo (negativo).

Os movimentos epirogenéticos em continentes com arqueamentos positivos resultam em elevações lentas do relevo que é submetido à erosão reactivada com vales sendo escavados mais fundo, enquanto, que com arqueamentos negativos, tem-se menor erosão e parte dos sedimentos sendo depositada.
A formação de bacia de sedimentação intracratónica está relacionada a pronunciado arqueamento negativo.

Arqueozóica

Termo obsoleto que indicava um intervalo de tempo geológico, considerado como Era, e equivalente, aproximadamente ao Eon Arcaico, mas que, inicialmente (apud Leinz & Leonardos,1977), designava todo o tempo geológico anterior ao Câmbrico.

arrasto

a) Processo eólico ou fluvial de transporte de partículas sedimentares de dimensões e/ou densidades tais que rolam ou deslizam porque a energia de transporte, com relação ao tamanho e peso da partícula, não é capaz de promover suspensão nem saltação da partícula.

b) ver dobra de arrasto

arredondamento

Medida de arredondamento de fragmentos de rochas e minerais de vários tamanhos (areia a matacões) por desbaste preferencial e acentuado dos seus cantos ou vertices.

O arredondamento é medido em valores que são maiores à medida que a forma do fragmento aproxima-se de uma esfera, distinguindo-se: forma angular, sub-angular, sub-arredondada e arredondada.
Os processos de arredondamento são vários. Fragmentos são arredondados ao rolarem em rios, ao sofrerem desbaste tectónico em metamorfismo dinâmico, pela abrasão em marmitas fluviais ou sub-glaciais ou ainda em ductos e chaminés sub-vulcânicas. No caso de tamanho de areia, ao sofrer a corrasão eólica ou atritos em vai e vem de movimentos de ondas em praias de mar mais batido a areia pode ser muito arredondada.

arsenopirite

Mineral sulfoarsenieto de ferro (FeAsS).

artesianismo
[Conf. lençol freático; água subterrânea]

Condição de pressão da água subterrânea tão forte em um aquífero confinado por camadas impermeáveis que, fazendo-se um furo ou poço, a água sai do aquifero e atinge a superfície, podendo jorrar a uma altura quase equivalente a esta sobrepressão.

O artesianismo deve-se ao contingenciamento da água subterrânea em camada permeável (aquífero) entre rochas impermeáveis, funcionando como um sistema de vasos comunicantes:
a água subterrânea, captada como meteórica (chuva), fluvial ou outra, em níveis de topografia elevada (uma chapada por exemplo), infiltra-se na camada permeável correndo para baixo entre os níveis impermeáveis até saturar todos os poros com o lençol freático da camada permeável ficando mais alto do que a topografia em pontos laterais. Ao ser perfurada a camada impermeável por uma sonda nessas regiões baixas, a água contida no aquifero eleva-se dentro da tubulação da sondagem, buscando o equilíbrio de pressão e jorrando até nível equivalente ao do lençol freático menos um pouco devido ao atrito de deslocamento da água entre os poros da rocha.

assoreamento

Deposição de material sedimentar ou material coluvionar, resultando no aterramento ou entulhamento de áreas mais baixas.

O assoreamento de uma bacia sedimentar implica em uma taxa de deposição de sedimentos mais rápida do que à de afundamento tectónico da bacia.
Importante processo relacionado à degradação do meio ambiente refere-se ao desmatamento de uma região expondo-a à intensificação dos processos erosivos com a consequente colmatagem do canal fluvial o que leva, durante as épocas de enxurradas, a ocorrência de constantes enchentes.

astenosfera

Geosfera situada entre 60-100 a 250-400 km da superfície da Terra. Faz parte do manto superior, tem características reológicas plásticas distintas da litosfera acima que é rígida e rúptil e dela está separada pela zona de baixa velocidade sísmica onde se verifica um salto no gradiente térmico (>1.000o C).

A astenosfera é a fonte principal de magma juvenil que vai ser acrescido à crusta acima, principalmente na formação continuada de crusta oceânica e em arcos magmáticos acima de planos de subducção.

asterismo

Reflexão da luz na forma de estrela; importante propriedade gemológica que ocorre em alguns minerais como, por exemplo, a safira lapidada em cabochão.

asteróide

Pequeno corpo celeste, rochoso ou metálico, que orbita o Sol no denominado cinturão de asteróides, entre Marte e Júpiter.

A origem provável dos asteróides é a de que um grande impacto meteorítico sobre antigo planeta do sistema solar tenha fragmentado este planeta em milhares de pedaços.
Já foram identificados mais de 3.000 asteróides dos mais diversos tamanhos, sendo que o maior deles, 1-Ceres, tem cerca de 1.000 km de diâmetro.
Os
meteoritos são, em grande parte, asteróides que cairam na Terra.

astroblema
[Inglês: astrobleme]
[Grego:astron=astro; blema=cicatriz]

Cicatriz deixada na superfície da Terra por uma cratera de impacto antiga, após modificação por processos erosivos. Os astroblemas têm geralmente dimensões de até dezenas de quilómetros, contendo em seu interior rochas intensamente modificadas por metamorfismo de impacto (ou de choque). A origem do termo vem da junção de duas palavras gregas astron (de astro) e blema (cicatriz).

ATD
[ATD: Análise Termo diferencial]
[DTA-sigla em Inglês para Differential Thermo Analysis]

atitude
[Sin. coordenadas geológicas]

a) Atitude ou coordenadas geológicas de um plano ou superfície geológica planar (estratificação, foliação metamórfica, falha, fractura..) é a definição da disposição espacial deste plano com relação ao plano horizontal e à linha meridiana N-S verdadeira.

Para definir e anotar a atitude do plano usam-se dois parâmetros:
- a
direcção de inclinação (strike) é dada pelo ângulo entre a linha N-S e a linha da intersecção do plano geológico com o plano horizontal sempre referida ao N verdadeiro;
- o
mergulho (dip) definido pelo ângulo diedro entre o plano geológico e o plano horizontal (=mergulho real), e pelo quadrante para o qual mergulha o plano.
Se a camada é horizontal, não se tem direcção e o mergulho é zero graus; se for vertical o mergulho é de 90 graus sem quadrante de mergulho.
Exemplos de notações de atitudes de camada ou plano:
-horizontal: H;
-vertical: N20EV; N45WV
-com mergulho: N30E45SE; N70W35NE

b) Atitude ou coordenadas geológicas de uma linha ou lineação geológica (lineação metamórfica, eixo de dobra, intersecção de planos metamórficos...) é a definição da disposição espacial desta linha com relação ao plano horizontal e à linha meridiana N-S verdadeira

Para definir e anotar a atitude da lineação usam-se dois parâmetros:
- o ângulo entre a linha geológica e o plano horizonatal;
- o rumo da linha geológica projectada no plano horizontal.
Se a lineação é horizontalizada o ângulo é zero; se é verticalizada, não se tem rumo indicado.
Ver exemplos de notações de atitudes de linha ou lineação:
-horizontal: HN35W
-vertical: V
-mergulhante: 30S45W

atol

Recife de coral com forma circular que cresce sobre um alto-fundo submarino, podendo dar origem a uma ilha com uma lagoa rasa no centro.

augen
[Alemão: augen=olho]

Porfiroclasto ou porfiroblasto que se assemelha a forma de um olho.

Em rochas miloníticas é muito comum se ter feldspatos ou quartzo como porfiroclastos em augens (com forma de olho). Entretanto, é na evolução de rochas de metamorfismo regional, principalmente gneissicas, com alternância de fases de cataclase e fases de blastese (comprovadas pelo estudo textural, macro e microscópico dessas rochas) que ocorrem belos exemplos de augens principalmente de K feldspato.

augite

Mineral do grupo das piroxenas (Ca(Mg,Fe)(SiO3)2[(Al,Fe)2O3]).

aulacógeno
[Conf. rift abortado]

Bacia alongada que se extende de área geossinclinal ou orogénica para dentro da área cratónica, preenchendo o braço de junção tripla que não desenvolveu crusta oceânica.

Os aulacógenos caracterizam-se por longa duração com subsidência profunda; situar-se em margem continental adentrando-se a área cratónica; apresentar, com frequência magmatismo alcalino em fases iniciais; apresentar espessas sequências sedimentares, muitas vezes com sítios favoráveis a concentração de hidrocarbonetos; apresentarem tectónica verticalizada, sendo não ou pouco dobrados

auréola de contacto

[Sin. metamórfica]

Faixa ou zona em torno de uma intrusão ígnea onde ocorreu metamorfismo de contacto das rochas encaixantes devido principalmente ao calor emanado da intrusão.

autigênese

Cristalização de mineral(is) durante a sedimentação, singenéticamente, ou logo após a sedimentação, durante a diagênese, em uma rocha sedimentar, geralmente cimentando-a e/ou diminuindo a sua porosidade.

autóctone
[Ant. alóctone]

Pacote rochoso, rocha, mineral ou solo formado no local (in situ).

Exemplos:
- solo formado no local a partir da meteorização da rocha mãe;
- muro de uma nappe constituido por pacote de rochas do local (autóctones) conforme definido por mapeamento regional.

autólito
[auto=mesmo/próprio; litos= rocha]
[Ver
brecha plutônica]

Fragmento magmático, já solidificado, envolvido por novos afluxos magmáticos do mesmo processo intrusivo em eventos ou pulsos magmáticos sucessivos.

Esses fragmentos (autólitos) normalmente foram incorporados das bordas frias da intrusão ou do ducto de acesso magmático.
O autólito distingue-se de
xenólito (=rocha estranha) que é um fragmento de qualquer outro tipo de rocha arrancado de bordas dos ductos ou de encaixantes e envolvido pelo magma da intrusão.

autunite

Mineral fosfato de cálcio e urânio hidratado (Ca(UO2)2(PO4)2.10-12(H2O)).

avalanche
[Conf.
deslizamento; avalanche de fragmentos; lahar]

Massas de neve e gelo, de solo, de rochas ou de misturas desses materiais que caem e deslizam bruscamente em encostas com ângulos de equilíbrio instável rompidos subitamente.

avalanche de fragmentos
[Sin. deslizamento de rochas]
[Inglês:rockslide; debris avalanche]

Avalanche de blocos de rocha misturado com solo e neve que ocorre em locais íngremes e devido a degelo junto a glaciais ou devido a deslizamento de solo com matacões em profusão e instabilizado por estar encharcado de água.

As avalanches de rochas, principalmente em zonas vulcânicas, ao receberem mais água de degelo e canalizarem em vales com mais água tornam-se lahares que destroem praticamente tudo em seu caminho vale abaixo.

axinite

Mineral alumoborossilicato hidratado de Fe,Mn e Mg: (Mg, Mn, Fe)3Al2BO3Si4O12OH.

azimute

Medida angular de um rumo ou de uma direcção com relação ao N verdadeiro, contado em 360 graus no sentido horário, ou seja: N=0 ou 360o; E=90o; S=180o; W=270o.

azurite

Mineral carbonato de cobre hidratado (Cu3(CO3)2(OH)2).


Fotom de Azurite






Azurite, em azul, associado a malaquite (verde)






Fórmula Química - Cu3(CO3)2(OH)2

Composição - Carbonato básico de cobre 69,2% CuO , 25,6% CO2 , 5,2% H2O

Cristalografia - Monoclínico
Classe -
Prismática

Propriedades Ópticas - Biaxial positivo

Hábito - Complexo, podendo apresentar grupos esféricos e radiados
Clivagem - Ausente
Dureza -
3,5 - 4 Densidade relativa - 3,77
Brilho -
Vítreo
Cor -
Azul-celeste intenso
Associação -
Associado a azurite, cuprite, cobre nativo óxidos de ferro e vários sulfetos de cobre e de ferro.
Propriedades Diagnósticas - Cor, efervecêmcia em ácido clorídrico.
Ocorrência -
Minério de cobre supérgeno. Encontrado em porções oxidadas dos filões de cobre. pode ocorrer também nos veios de cobre; que penetram em calcários.
Usos - Minério de cobre de menor importância..




B

Ba
[B=bilhões; a=anos]

Utilizado para indicar as idades geocronológicas mais antigas e referenciado à duração de tempo actual de um ano que provavelmente é maior do que um ano sazonal dos primórdios da Terra.

bacia de drenagem
[Sin. bacia hidrográfica]

Área de um sistema de escoamento de águas superficiais, originadas de nascentes e/ou de chuva, ocupada por um rio e seus tributários e limitada pela cumeada (interflúvio) que divide topograficamente esta área de outra(s) bacia(s)de drenagem vizinhas(s).

Uma bacia de drenagem subdivide-se, normalmente, em sub-bacias de acordo com a hierarquia da rede de drenagem.

bacia de hidrográfica

[Sin. Bacia de drenagem]

bacia intracratónica

Bacia geológica correspondente a uma depressão topográfica em área cratónica, muitas vezes com incursões marinhas, com a forma de um prato ou alongada, de dimensões variadas até de milhares de quilómetros de diâmetro, que recebe ou recebeu sedimentos provindos das áreas mais elevadas.

A espessura total do pacote sedimentar é da ordem de centenas a poucos milhares de metros, no que se distingue de bacias oceânicas que são, em geral, muito mais espessas .
Durante a fase de sedimentação (tafrogênese) as camadas depositadas, sedimentares e/ou vulcânicas, tendem a apresentar mergulhos centrípetos.

bacia geológica

Região que recebe ou recebeu sedimentos e/ou material vulcânico abaixo de um nível base de erosão, resultando em um pacote de rochas que registam processos geológicos e geotectónicos associados com a evolução dessa região.

Na evolução de uma bacia geológica existem duas fases principais de diastrofismo: uma de recebimento de material ou de tafrogênese e outra de soerguimento da região por epirogênese ou orogénese, dependendo do tipo de bacia.
A evolução completa, entretanto, pode ser bem complexa com vários episódios de
assoreamento registrados nas rochas sedimentares/ vulcanossedimentares, intercalados com episódios de não-deposição e de erosão, registrados em superfícies de discordância.
As bacias geológicas são de vários tipos cujas gêneses e evoluções dependem, entre outros factores, primordialmente da dinâmica interna do planeta na busca de equilíbrios densitométricos.

bacia back-arc
[bacia trás-arco]

Bacia geológica desenvolvida por esforços extensionais em zona situada atrás do arco magmático de regiões de confronto de placas.

Frequentemente a bacia trás-arco é palco de magmatismo de natureza bimodal, com mínima representação de termos intermediários. Bacias back arc de margens continentais activas podem desenvolver crusta oceânica com características geoquímicas híbridas entre MORB e arco magmático.

badelleíte

Mineral óxido de zircão (ZrO2).

baía

Reentrância fechada do mar na costa marinha com a forma de um golfo fechado, geralmente de dimensões menores do que este, e alargando-se à medida que adentra o continente.

bajada
[Sin. piedmont]

Área plana extensa e larga, capeada por pedimento e restos de leques aluviais, que acompanha uma frente montanhosa em região desértica.

Em áreas desérticas os processos erosivos tendem a se desenvolver por regressão lateral de escarpas, formando-se leques aluviais junto às zonas de quebra de relevo. Os leques tendem a coalescer e formar uma zona rebaixada junto a quebra de relevo que compõe a bajada. À medida que regride a escarpa, essa zona vai sendo aplainada formando um pediplano, com restos de estruturas de leques aluviais, capeamento pedimentar e rocha exposta, campos de dunas e outras feições de áreas desérticas.

bandamento
[Sin. bandas metamórficas]
[Inglês: layering (pro parte)]

Estrutura de foliação metamórfica em bandas, geralmente milimétricas a centimétricas, de variação composicional e/ou granulométrica/textural da rocha.

A origem desta estrutura pode ser:
(a)
reliquiar, ou seja, anterior ao metamorfismo como estratificação sedimentar ou estratificação ígnea ou
(b)
tipomorfa, por processo de diferenciação metamórfica.
O termo layering em inglês pode ter ampla utilização, incluindo
acamadamento sedimentar ou ígneo

Banded Iron Formation (BIF)
[Sin. formação ferrífera bandada]
[inglês:banded iron formation]

Rocha sedimentar ou metassedimentar química ou vulcanoquímica finamente estratificada, apresentando camadas de óxidos, carbonatos ou silicatos de ferro rítmicamente alternadas com camadas diferenciadas destas (quartzosas, anfibolíticas, quartzo cloríticas,. .)

As camadas ferríferas bandadas podem desenvolver depósitos de ferro economicamente exploráveis como ocorre no Brasil com as jazigos de itabiritos de Minas Gerais, por exemplo.
A deposição destas camadas teve um apogeu do Neo-arcaico ao Paleo-proterozóico, provavelmente devido ao enriquecimento em O2 da atmosfera neste período o que levou a oxidação de ferro em solução (Fe+2->Fe+3) nos mares daquelas épocas.

banquisa
[Sin. banco de gelo]

Área de um banco de gelo marinho, com excepção do gelo fixo, não importando a forma ou a disposição, que podem ser soldados por gelo entre si.

Etimologia: bank-is= banco de gelo das línguas escandinavas e, através do francês, banquise.
Banquisa é distinta de plataformas de gelo e de icebergs.

barcana
[Conf.
duna]

Duna de areia com forma de um C ou de lua crescente com as pontas apontando para o lado contrário ao do vento (sotavento).

Como nas dunas transversais, a barcana apresenta um perfil transversal com relevo mais suave a barlavento e mais íngreme a sotavento com ângulo em torno ao ângulo máximo de repouso da areia (~30o). A altura pode atingir 30 m e a extensão, de ponta a ponta, até 300m. A origem está relacionada a existência de ventos moderados e relativamente constantes e suprimento moderado de areia.

bária
[Abr.bar]

Unidade de pressão aproximadamente igual a pressão atmosférica ao nível do mar (1 bar=0.9869233atm).

barite

Mineral sulfato de bário (BaSO4).

barlavento
[Ant. sotavento] [Conf. duna]

Lado de onde vem o vento ou lado exposto ao vento.

barra

a) Desembocadura de um rio.

b) Faixa alongada e elevada de sedimento, normalmente um banco de areia, depositado ao longo de uma linha onde uma corrente de água passa junto de águas mais calmas, perdendo energia o que provoca a deposição do material clástico predominantemente arenoso.

Ocorre em vários ambientes como: no mar junto a desembocaduras de rios, junto a correntes marinhas costeiras fechando pontões de uma baía (restinga), nas saídas de meandros onde o fluxo fluvial é acelerado com erosão da margem na curva de ataque e deposição logo a seguir onde a corrente encontra a água mais calma.

barras
[Inglês. rods]

Estruturas metamórficas lineares milimétricas a decimétricas de material diferenciado por segregação metamórfica (principalmente quartzo) em charneiras de dobras.

Os rods são comuns em xistos, onde podem se confundir com seixos de quartzo estirado. Indicam, também, o eixo "b" das dobras da deformação metamórfica sob a qual se formaram.

barreira

Acúmulo de material (lama, solo com rochas, árvores..) desmoronado por deslizamento (landslide), avalanche, etc.. muitas vezes obstruindo rodovias, ferrovias…

barreira de recife

Recife de coral que cresce paralelamente ao longo da costa e aflora nas marés baixas quando se formam áreas de lagunas ou canais entre o recife e a praia.

barroca

Pequeno monte, barranco, grota ou depósito natural de material lamacento, barro ou piçarra.

Barrocal corresponde a uma área onde ocorrem várias barrocas.
Uma
bossoroca geralmente corresponde a uma barroca pois desenvolve-se, preferencialmente, em solos ou sedimentos muito argilosos.

barroviano

(séries de fácies metamórficas)

Conjunto de fácies metamórficas associadas, de graus metamórficos variados, típico de um determinado gradiente geotérmico crustal onde se realizou o metamorfismo.

Além de identificadas por paragêneses metamórficas típicas, as séries de fácies também apresentam, geralmente, distintas associações litológicas.
As séries de fácies, caracterizadas por
Miyashiro (1961), são de tres tipos principais: pressão alta, baixa e intermediária.
Os cinturões de rochas metamórficas de alta e de baixa P, com frequência, associam-se aos pares, lado a lado, conforme caracterizados por Miyashiro no Japão, separados abruptamente por faixa tectonizada.
A série de fácies de alta pressão, designada de Sanbagawa, ou metamorfismo tipo Sanbagawa, tem associações litológicas como xistos azuis e eclogitos que indicam rochas de
crusta oceânica (meta-basaltos, meta-gabros, meta-radiolaritos e porções de peridotitos mantélicos) e minerais que retratam alta P com relação a T, como glaucofano, jadeite, onfacite, indicativos de metamorfismo de subducção (crusta oceânica "fria" em confronto de placas).
A série de fácies de baixa pressão, apelidado de Abukuma (Japão), ou metamorfismo tipo Abukuma, apresenta minerais de alto gradiente geotérmico (alta T/P) como andalusite e cordierite, sendo comuns as associações litológicas de xistos de origem pelítica, quartzitos, gneisses, migmatitos e granitos predominantes, mais característicos de crusta continental, e correspondentes a metamorfismo regional realizado em faixas de arcos magmáticos, de ilha ou liminares.
A série de fácies intermediária, baptizada de Barroviana em honra a Barrow que estudou o cinturão Dalradiano (Escócia) onde ela é tipificada, também chamada, ou metamorfismo tipo Barroviano, apresenta paragêneses e associações litológicas que combinam condições entre às de alta e baixa P, tendo a cianite, transicional para sillimanite, como mineral índice.

basalto

Rocha vulcânica escura de grão fino, frequentemente afanítica, composta essencialmente por plagioclase básico (An>50%) e piroxena.

O termo plutónico equivalente ao basalto é o gabro.
A
crusta oceânica, predominante na Terra, é constituída, em sua maior parte por gabros, diabásios e basaltos e rochas derivadas destas.

basalto toleítico
[Sin. toleíto]

Basalto de enorme distribuição terrestre derivado de magma supersaturado em sílica e constituído essencialmente de plagioclase cálcica e de piroxena subcálcica (augite e pigeonite).

Rocha derivada do resfriamento de magma da série toleítica, seja na forma de crusta oceânica, gerada nas ridges, seja formando os extensos platôs(do inglês plateaux) de basaltos continentais, como os da Bacia do Paraná e do Decca na Índia.

básica

(rocha básica)
[Conf.
saturação em sílica]

Rocha ígnea saturada em sílica e com teor de SiO2 entre 44% e 52%, relativamente ricas em Fe, Mg e Ca, como o gabro (plutónico) e o basalto (vulcânico).

batial

(zona batial)
[batus do grego: profundo]

Zona oceânica com profundidades entre 200 e 2.000m, desenvolvendo-se para além da zona nerítica e aquém da zona abissal, correspondente à região de fundo oceânico onde ocorre talude e o sopé do talude continental.

batólito

Grande corpo plutónico intrusivo com área aflorante (ou de afloramento potencial por erosão) de mais de 100km2.

Um corpo plutónico intrusivo com menos de 100 km2 é designado de stock.
Um batólito pode compreender uma intrusão única, cuja forma mais comum é tabular ou lenticular, ou ser composto de várias intrusões (stocks principalmente) cortando umas as outras e formando um batólito complexo.
A composição dos grandes batólitos é frequentemente granitóide, mais comumente tonalito-granodiorítica, mas também ocorrem batólitos sieníticos, dioríticos, gabróicos...
Conforme a profundidade de intrusão, o batólito pode ser:
- raso ou epizonal, muitas vezes sub-vulcânico, mostrando bordas resfriadas (chilled margins), contactos discordantes com as encaixantes e contato metamórfico restrito;
- profundidade média ou mesozonal, mostrando contactos tanto concordantes quanto discordantes, metamorfismo de contacto em auréolas largas e estrutura de fluxo e/ou protoclástica periférica;
- profundo ou catazonal, mostrando contactos concordantes, bordas gneissicas e transicionais para as encaixantes (gneisses, migmatitos e pegmatitos). Esse tipo corresponde principalmente às raízes de orogenias.

batimetria
[Conf. altimetria, curva de nível]

Medida de profundidade de uma massa de água como os mares, lagos, rios (topografia do fundo imerso).

A batimetria é expressa cartograficamente por curvas batimétricas que são curvas que unem pontos de mesma profundiadade com equidistâncias verticais, à semelhança das curvas de nível topográfico.

bauxite

Rocha residual laterítica muito aluminosa, geralmente concrecionada, do tipo pisolítico, congregando uma mistura de óxidos e hidóxidos de Al e Fe.

Forma-se em áreas de processo de aplainamento, bem drenadas, em clima húmido, sobre rochas aluminosas máficas, sieníticas e outras.
Quando com teores de Al mais elevados, a bauxite é o minério de alumínio por excelência.

bedrock (Inglês)
[português: rocha mãe]
[Sin.rocha viva; rocha fresca; rocha sã] [Conf.
saprólito]

Rocha fresca ou sã que dá origem aos solos locais e que ocorre exposta em afloramentos ou subjacente ao capeamento do solo (rególito), de capas lateríticas e de outras coberturas residuais ou de pequeno transporte.

bentónico
[Conf. pelágico]

Referente ao ambiente ou habitat marinho do fundo dos oceanos, onde se fixam corais, algas e outros seres e caminham ou arrastam-se seres diversos como lagosta, camarão, caranguejos, etc...que são seres bentónicos.

bentonite

Depósito de argila montmorilonítica (smectite) originada pela alteração de rochas e cinzas vulcânicas máficas e que apresenta propriedades especiais como de poder absorver grande quantidade de água e inchar até 8 vezes, sendo de grande uso comercial, notadamente como lama na perfuração de poços de pesquisa de petróleo.

berilo (ver águas marinhas)

betume

Termo de uso geral para substância natural inflamável, composta básicamente por associação de hidrocarbonetos (petróleos, asfaltos, graxas minerais, gás natural...), apresentando-se sólida a pastosa, com odor de pixe, com variabilidade de cor (amarela até preta), dureza, volatilidade,.. e que ocorre geologicamente associada a rochas sedimentares fora de zonas de oxidação.

biocenose

Associação de espécies de organismos vivos que vivem em equilíbrio ecológico no mesmo habitat.

Em paleontologia e estratigrafia a biocenose é muito importante pois permite a identificação do habitat desses seres pela associação que representam, além de dar consistência às correlações de camadas sedimentares desenvolvidas em mesmos ambientes (temperaturas, salinidade, turbidez, etc.. semelhantes) e idades, entre outras análises e interpretações.

Bioestratonomia

(tafonomia)

Estudo sistemático da evolução de fósseis, desde a morte dos indivíduos até a sua final incorporação e transformações dentro da rocha que os contém.

O estudo tafonómico envolve dois momentos principais da evolução do fóssil:
- o primeiro momento é antecedente ao soterramento e designado bioestratonomia: refere-se à causalidade da morte do fóssil, à forma de decomposição e de preservação de partes duras e moles, ao seu transporte e deposição; assim, o fóssil pode ter sido depositado in situ ou transportado por rios, correntes marinhas, etc.. sofrendo quebras e misturas com fósseis de outros ambientes, diferentemente da tendência de quando depositado in situ, no seu ambiente de vida;
- o segundo momento é relacionado a processos
diagenéticos e/ou deformacionais, como silicificação, piritização, carbonatação... achatamentos, quebramentos...

biofácies (fácies)
[Sin. pro parte: litotipo]

Termo geral para indicar o aspecto (a "face") da rocha e, assim, caracterizar um tipo ou grupo de rochas em estudo.

Ver abaixo parte dos usos para fácies:
a) Caracterização de um tipo de rocha ou de uma associação de rochas (litotipo), considerado qualquer aspecto genético, composicional, químico ou mineralógico, morfológico, estrutural ou textural distintivo para fins de referência em um estudo geológico.
b) Fácies também é usado para dar conotação ao tipo de ambiente onde se forma, se formou ou se transformou a rocha; exemplos: fácies pelágico; fácies vulcânico; fácies metamórfico; fácies lacustrino.
c) Outros usos: vários fácies metamórficos (xisto verde, anfibolito, granulito, etc..) para caracterizar o metamorfismo; vários fácies sedimentares (fluvial, lacustrino, marinho, etc..) para caracterizar o ambiente de sedimentação; biofácies - indica aspecto biológico/fossilífero característico de um sedimento podendo, de acordo com o caso, marcar um nível cronoestratigráfico bem definido ou não, um ambiente característico de deposição (mesmo litofácies) ou não...

bioherma
[Conf. biostroma]

Estrutura recifal, em montículos, em lentes ou dómica desenvolvida in situ por organismos como corais, algas, moluscos, gastrópodes, espongiários...

biólito
[bio=vida; litos=rocha]
[Sin. rocha sedimentar organógena; rocha sedimentar biogênica]

Rocha sedimentar originada por ou com o concurso de organismos vivos.

Muitas rochas sedimentares tem a gênese ligada à acção de organismos. Assim, por exemplo, originadas com o concurso de seres vegetais, tem-se a turfa, carvão, calcários recifais com estromatólitos, vasas de diatomáceas e com o concurso de seres animais, tem-se calcários coralígenos, calcários lumachélicos, radiolaritos.
Os biólitos dividem-se em caustobiólitos ou combustíveis, como o carvão e a turfa, e acaustobióltos ou não-combustíveis, como os calcários algais e os radiolaritos.

biosfera

Porção da Terra, incluindo parte das geosferas: atmosfera, litosfera e hidrosfera e suas interfaces, onde a vida consegue se desenvolver.

biostroma
[Conf.
bioherma]

Estrutura sedimentar em forma de camada, constituída, essencialmente, por restos de seres vivos sedentários, distinta de um bioherma que tem forma lenticular.

biota

Biota é o conjunto de seres vivos, flora e fauna, que habitam ou habitavam um determinado ambiente geológico, como, por exemplo, biota marinha e biota terrestre, ou, mais específicamente, biota lagunar, biota estuarina, biota bentónica...

As variações climatológicas e ambientais em geral, como salinização de uma laguna, quantidade de sedimentos em suspensão,.. alteram a biota pela adaptação, mutação e extinção de espécies, entrada de novas espécies e gêneros,... Assim, os estudos paleontológicos na sucessão de camadas (bioestratigrafia) ajudam a desvendar não só os ambientes, mas também as variações ambientais do passado (paleoambiente) registados nessas rochas, principalmente por comparação com estudos actuais das biotas características de cada ambiente terrestre.

biotite

Mineral silicato hidratado de Mg, Fe, K, Al, Ti do grupo das micas
[K2(Mg, Fe2+)6-4(Fe3+,Al, Ti)0-2Si6-5Al2-3O20(OH,F)4].

bioturbação

Estrutura sedimentar gerada pela deformação e/ou mistura de material sedimentar devida a acção de seres vivos como, por exemplo, as minhocas que deformam camadas já sedimentadas em um fundo de lago lodoso.

birreflectância
[Conf.
birrefringência]

Propriedade óptica de minerais anisótropos opacos, fazendo com que a a radiação luminosa incidente seja dividida em dois feixes ortogonais de radiação polarizada que se propagam com velocidades diferentes ao serem reflectidos pelo mineral.

birrefringência
[Sin. dupla refração]

Propriedade óptica de minerais anisótropos transparentes, fazendo com que a radiação luminosa refractada seja dividida em dois feixes ortogonais de radiação polarizada que se propagam com velocidades diferentes dentro do corpo mineral.

A diferença dos ângulos de refracção entre os dois feixes luminosos, ou seja, com a dupla refracção no mineral provoca dupla imagem de objectos vistos através do mineral.

bismutinite

Mineral sulfeto de bismuto (Bi2S3).

bitownite

Mineral silicato cálcico-sódico do grupo das plagioclases, variando de An50% a An70% da série isomórfica.

blastese
[Grego: blasto=germinar]

Cristalização ou recristalização metamórfica levando ao crescimento no estado sólido de minerais metamórficos ou metassomáticos.

Dois processos antepõem-se na evolução de uma rocha metamórfica:
a)
cataclase que corresponde ao quebramento e deformação dos grãos minerais, enquanto no estado frágil, e
b) blastese que corresponde à germinação e ao crescimento de minerais da rocha, atingidas determinadas condições termodinâmicas.
Estes dois processos metamórficos podem se suceder e repetir, interagindo para o desenvolvimento de complexas texturas que tendem a apagar as texturas e estruturas anteriores.
Nas rochas metamórficas o início de crescimento de um novo mineral (nucleação do mineral), por reacção metamórfica, ocorre de forma localizada, enquanto que a cristalização em meio mais isótropo e com maior entropia positiva, como uma solução que se torna progressivamente mais salina ou um magma em resfriamento, ocorre distribuida extensivamente no meio, caracterizando-se uma nucleação heterogênea no primeiro caso e homogênea, no segundo.

blasto
[Conf.
clasto]

Sufixo indicativo de textura de rocha metamórfica com blastese, significando mineral que nasce e cresce no estado sólido. [Ex.: textura nematoblástica; textura granoblástica, porfiroblástica..].
Utilizado como prefixo, indica texturas reliquiares preservadas em rochas metamórficas [Ex.: texturas: blasto-ofítica; blastoporfirítica].

blastomilonito

Rocha polimetamórfica que já foi um milonito mas que hoje encontra-se, em grande parte, recristalizada seja por metamorfismo de contacto seja por metamorfismo regional.

blenda
[Sin.esfalerite]

Mineral sulfeto de zinco (ZnS).

É mineral/minério de zinco.

bloco
[Sin. calhau] [Inglês: cobble]

Fragmento rochoso, menor do que matacão e maior do que seixo, e que na escala de Wentworth, de uso principal em sedimentologia, corresponde a diâmetro maior do que 64 mm e menor do que 256 mm.

O termo bloco rochoso tambem é usado com significado amplo de massas rochosas com dimensões métricas ou maiores.

bloco errático

Fragmento de rocha trazido por glaciais de locais distantes e cuja litologia muitas vezes é completamente diferente das rochas que ocorrem no local.

O tamanho de um errático pode variar desde seixo até bloco ou matacão do tamanho de uma casa.
Os blocos erráticos podem vir dentro do gelo e serem depositados longe de sua área de ocorrência pela ablação da geleira como processo normal de deposição das moreias (drift); podem, também, ser transportados dentro de icebergs em um lago glacial (região de geleira de montanha) ou no mar (geleira continental), e serem liberados com o degelo, depositando-se e afundando nos sedimentos abaixo.

bloco vulcânico
[Conf. bomba vulcânica]

Fragmento vulcânico (piroclástico) com diâmetro maior do que 64 mm e formas normalmente angulosas já ejectado no estado sólido no que difere de uma bomba que é ejectada do vulcão em estado líquido como lava assumindo, frequentemente, formas elipsoidais.

boçoroca ou bossoroca
[Sin. voçoroca]

Ravina geralmente muito funda, desenvolvida por rápida e acentuada erosão que atinge o lençol freático, podendo ter mais de 10 m de profundidade.

A origem de boçorocas é decorrente, com muita frequência, do desmatamento das cabeceiras e de matas ciliares, levando a um desequilíbrio geomorfológico no perfil longitudinal do talvegue: sem as árvores com raízes fundas contrapondo-se ao fluxo hídrico e sem a retenção e absorção da água no solo, verifica-se escoamentos rápidos e carregados de sedimentos nas enxurradas promovendo a erosão de forma vigorosa e imediata em associação com desmoronamentos dirigidos à montante do talvegue e lateralmente, abrindo o perfil transversal da boçoroca.
O corte do lençol freático pela erosão proporciona a formação de nascentes com saída de água e erosão no fundo da boçoroca e ressecamento dos níveis superiores do solo desenvolvendo gretas que facilitam desmoronamentos associados a esse processo de erosão pronunciada.

bomba
[Conf. bloco vulcânico]

Fragmento piroclástico ejectado ainda no estado fundido, com mais de 64 mm de diâmetro e que assume formas muitas vezes características no ar (esferoidais, ovóides..) podendo ser achatada ao cair se ainda no estado pastoso.

Os depósitos de bombas são denominados aglomerados vulcânicos.

bordas divergentes
[Sin. margens divergentes; borda construtiva; margem construtiva]

Limites de placas tectónicas que se afastam uma da outra por tectónica extensional nas regiões de cadeias meso-oceânicas.

A região das margens divergentes é de alto gradiente térmico, sendo um dos locus principais de geração de magma que ascende e desenvolve crusta (acrecção crustal) ou seja é a região de criação ou construção de crusta oceânica; com o afastamento as placas tectónicas sofrem arrefecimento térmico progressivo e ficam mais densas à medida em que se distanciam dessas regiões.

bordas convergentes
[Sin. margens convergentes]
[Conf.
arco-de-ilha; arco magmático]

Limites de duas placas tectónicas que se deslocam uma contra a outra.

A placa mais pesada tende a mergulhar (subducção) por baixo da outra, formando:
-
arco de ilha em ambiente oceânico, no confronto de placa oceânica com placa oceânica;
-
cadeia tipo andina, liminar de margem activa, em ambiente de margem continental no confronto de placa oceânica com placa continental;
- com a
colisão de massas continentais: cadeia do tipo himalaiana.

Bordas convergentes
[Sin. margens transformantes; margem conservativa; borda conservativa]

Limites de duas placas tectónicas em ambiente oceânico que deslizam horizontalmente uma pela outra ao longo de uma falha transformante (falha direccional), e onde não ocorre nem criação nem destruição significativa da litosfera.

Ao longo de falhas transformantes ocorre magmatismo, de tendência máfico-ultramáfica alcalina a peralcalina, originando cones vulcânicos que afloram, muitas vezes, como ilhas.

borda resfriada

Borda ou capa de um corpo magmático intrusivo que se apresenta muito fina, afanítica, e mesmo vítrea devido a resfriamento rápido que ocorreu durante a intrusão do magma em contraste com porções mais internas do mesmo corpo que apresenta cristalização mais desenvolvida.

A identificação de bordas resfriadas é importante porque:
- são indicadores importantes de profundidade de intrusão magmática em níveis rasos (frios) da crusta;
- as análises químicas dessas porções indicam a geoquímica real do magma intrusivo anterior a geoquímica realcionada a eventuais fracionamentos de cristais e líquido magmáticos nas porções mais internas do corpo magmático onde se dá a cristalização mais lenta.

bornite

Mineral sulfeto de cobre e ferro (Cu5FeS4).

botrioidal

Hábito ou forma externa de mineral que se apresenta em esferóides criptocristalinos, por vezes fibrorradiados, que se associam em conjuntos semelhantes a cacho de uvas.

Este hábito está relacionado ao crescimento do mineral a partir principalmente de soluções coloidais.

bottomset bed
[Sin.camada de fundo de delta)

Camada horizontalizada de sedimentos finos depositada na frente deltaica em águas menos movimentadas.

As camadas de fundo frequentemente são cobertas por camadas de frente (foreset bed) com o avanço dos depósitos do delta mara a dentro, originando o tipo de estratificação cruzada de frente deltaica.

boudinage

Processo de deformação sofrido por camadas, bandas ou lentes mais competentes e rúpteis que se fragmentam em forma de boudins (salsichas) ao serem estirados dentro de material rochoso mais dúctil e que se escoa, quando o conjunto sofre esforços compressivos ou extensionais.

boudin
[Francês: salsicha]

Feição ou estrutura decorrente do processo de boudinage.

boulangerite

Mineral sulfoantimonieto de chumbo (5PbS.2Sb2S3).

Boulder (Inglês
[português: matacão]
[Conf.
monolito]

Fragmento de rocha maior do que bloco e que, na escala de Wentworth de uso principal em sedimentologia, tem diâmetro maior do que 25 cm, apresentando, muitas vezes, formas esferóides.

Os matacões podem ter várias origens: formação in situ como blocos não meteorizados, muitas vezes redondos por esfoliação esferoidal, remanescentes da erosão do solo, ou como material sedimentar originado por desgaste erosivo em rios, em leques aluviais, junto a falésias com o embate de ondas, por transporte glacial,.. Constituem importante componente de conglomerados grosseiros, de till e tilitos e de brechas de talus, fanglomerados, entre outros.
São comuns os campos de boulders em terrenos de rocha homogênea como granitos, gabros,.. onde ocorreu esfoliação esferoidal e retirada, por erosão, do solo residual que existia entre os matacões.

bournonita

Mineral sulfoantimoneto de chumbo e cobre (2PbS.Cu2S.Sb2S3).

Bowen (Séries de reacção de Bowen)

Sucessão de minerais cristalizados com o arrefecimento de magma na câmara magmática em duas séries: (a) uma descontínua, de minerais ferromagnesianos (olivina->Mg-piroxena->Ca-piroxena->hornblenda->biotite) em que os minerais já cristalizados reagem com o líquido em fusão de modo a que a química dos minerais da série não varia continuamente, e (b) uma contínua, de minerais félsicos (feldspatos) que evoluem dos mais quentes aos mais frios com química variando continuamente (Ca-plagioclase->Na-plagioclase). As duas séries convergem para a cristalização final simultânea (associação eutética), representada na evolução dos magmas toleíticos por minerais graníticos: quartzo, K-feldspato e muscovite.

brasilianite

Mineral fosfato de sódio e alumínio (NaAl3(PO4)2(OH)4).

Brasiliano

Ciclo geodinâmico desenvolvido de forma diacrónica na Plataforma Sul-Americana que inicia com a Tafrogênese Toniana (regime extensional com formação de riftes) entre ~950 Ma e 800 Ma e termina entre 510 Ma e 490 Ma com o colapso das orogenias e transição para um novo regime extensional. O climax orogénico, entre 670 Ma e 550 Ma, está associado a intenso tectonismo, metamorfismo de alto grau e expressiva granitogênese.

Esse importante ciclo geodinâmico, supercontinental, envolvendo a Plataforma Sul-Americana, foi responsável pela formação, durante o Neoproterozóico, de extensas faixas dobradas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Sua história inicia com a fissão (fragmentação) do supercontinente Rodinia e termina com a fusão (aglutinação) do Gondwana.
Ele ocorreu de forma diacrónica entre o Toniano e o Cambriano, através de diversos eventos tectónicos, sedimentares, magmáticos e metamórficos:
(i) regime extensional com formação de bacias do tipo rifte (~950 Ma - 800 Ma),
(ii) abertura oceânica com geração de bacias de margem passiva e arcos de ilhas intra-oceânicos (~890 Ma – 800 Ma),
(iii) geração de arcos magmáticos e arcos de margem continental ativa (790 Ma – 585 Ma),
(iv) evento colisional precoce (~770 Ma ),
(v) evento colisional principal (Orogênese Brasiliana) com importantes episódios tectónicos, metamorfismo de alta pressão, granitogênese e formação de thrust and fold belts (670 Ma -550 Ma),
(vi) evento colisional terminal em ~520 Ma (Orogênese Búzios),
(vii) evento pós-colisional com o colapso das orogenias, soerguimento regional, magmatismo bimodal e transição para novo regime extensional (510 Ma – 490 Ma).

brecha
(Italiano: breccia)

Rocha fragmentária com fragmentos muitas vezes angulosos e de vários tamanhos que predominam sobre a matriz mais fina.

Distinguem-se os seguintes tipos de brechas, conforme a origem:
- tectónica,
- vulcânica,
- plutónica,
- sedimentar e de
- impacto meteorítico.

brecha tectónica (ou de falha)

Rocha fragmentária, típica de faixas tectonizadas, caracterizada por fragmentos grosseiros, angulosos, quebrados, fracturados e encurvados envolvidos por material mais fino de fracturamento e moagem, compondo até 10% do volume da rocha, e por material cimentante, muitas vezes silicoso.

Quando a brecha tectónica mostra-se incoerente o termo brecha de falha é aplicável, mas em muitos casos os dois termos são usados praticamente como sinónimos.
As brechas tectónicas ocorrem em rochas com comportamento rúptil (ou quebradiço), geralmente em zonas relativamente rasas e frias da crusta, quebrando-se sob as
tensões aí aplicadas. Em rochas de comportamento dúctil, geralmente em maiores profundidades da crusta, as deformações durante os falhamentos produzem rochas folhadas, miloníticas.
As brechas podem ser retomadas em vários eventos tectónicos de falhamentos, produzindo-se brechas com fragmentos de
milonitos, brechas com fragmentos de brechas, brechas com fragmentos de veios de quartzo, etc...

brecha de impacto
[Inglês: impact breccia]
[Conf.
suevito]

Massas desordenadas e pobremente selecionadas de fragmentos de rochas escavados de forma violenta do terreno durante o processo inicial de formação de crateras de impacto; os fragmentos de tamanhos variados são lançados para o alto e parte deles cai novamente dentro da cratera recém-formada, sedimentando-se em uma matriz fina constituída por poeira para formar as brechas; podem ser constituídas de um único tipo de rocha (brechas monomícticas) ou de vários tipos (brechas polimícticas). (fotos?)

brecha intraformacinal (ou sedimentar)
[Conf.
conglomerado; brecha de talus]

Rocha psefítica com fragmentos de cascalho muito angulosos que retratam pouco ou nenhum transporte.

Quando é reconhecida a origem eminentemente coluvionar da brecha, o nome é brecha de talus aplicável.
Quando os fragmentos forem de material retrabalhado de níveis sedimentares recém depositados, envolvidos por matriz do próprio material ou semelhante, a brecha sedimentar é chamada de brecha intraformacional.

brecha plutónica

Rocha ígnea plutónica que incorpora fragmentos de vários tamanhos e de rochas diferentes (xenólitos) e/ou de rochas de composição semelhante a ela (autólitos)

brecha de talus
[Conf.
talus]

Brecha sedimentar que corresponde a rocha de depósito sedimentar, maiormente elúvio-coluvionar, desenvolvido em sopés de escarpas, falésias ou cristas, composto por fragmentos de rocha que podem ter dimensões até de matacões, pouco transportados e, por isto, geralmente angulosos e mal classificados.

brecha vulcânica

Rocha vulcânica composta por fragmentos do derrame de lava que vai se resfriando e consolidando das bordas para dentro e esta carapaça resfriada é quebrada e envolvida pela lava líquida que pressionada continua a escoar.

Em pipes ou chaminés, além de gênese análoga a esta das brechas superficiais (fragmentos já consolidados, quebrados e envolvidos por novos fluxos de magma), pode se ter outras origens, sendo a mais comum a propiciada pela súbita expansão de gases contidos no magma ao atingir pressões baixas da crusta rasa, provocando a explosão e fragmentação de material já consolidado do ducto que fica envolvido por esta lava rica em fluidos e que se apresenta muitas vezes vesiculada ou amigdaloidal.

brochantite

Mineral sulfato de cobre hidratado (Cu4(SO4)(OH)6)

brookite

Mineral óxido de titânio (TiO2).

Brookite é polimorfo de rutilo.

brucite

Mineral hidróxido de magnésio(Mg(OH)2)

bússola de geólogo

Aparelho de uso corriqueiro do geólogo de campo que reúne dois sistemas de medidas angulares, um no plano horizontal, a agulha magnética, e outro no plano vertical, o clinómetro, objectivando estabelecer a disposição espacial de planos e/ou lineações geológicos, servindo, também, como ferramenta de localização em campo e de trabalhos topográficos expeditos com a determinação de rumos e gradientes.

Através de uma agulha imantada que se alinha segundo o fluxo do campo magnético terrestre e girando livremente no plano horizontal, a bússola permite estabelecer a orientação de uma dada direcção com relação ao Norte magnético; a direcção pode ser de uma atitude de camada, de falha, de xistosidade, etc..ou definir um rumo de caminhamento no campo, por exemplo.
Através do clinómetro que mede os ângulos de inclinação a bússola permite definir os mergulhos de camadas e outros planos ou linhas de feições geológicas, bem como a
inclinação do terreno, da drenagem, etc..
Normalmente o limbo em que se mede o ângulo do N magnético tem os quadrantes W e E invertidos e pode ser girado para compensar a declinação magnética do local na data dos trabalhos, obtendo-se, assim, medidas da direcção e rumo verdadeiros directamente sem a necessidade de se realizar cálculos.


http://www.unb.br/ig/glossario/